quinta-feira, julho 26, 2007

O caso Charrua (VI)

Não embarco em "excursões" organizadas para agradar seja a quem for, nem "alinho" na tendência para estar na "moda". O que se passou com o caso Charrua, para além de actos pidescos, de denúncias anónimas absurdas num sistema democrático, foi um acumular de asneiradas e de asneirões que se julgavam importantes, que acabaram por dar ao assunto uma amplitude que inicialmente ninguém previa. Mas temos que saber concretamente o que se passou, porque se passou, com a cumplicidade de quem. O professor Charrua - há que dizê-lo - pode ter sido vítima, de processos tão patéticos quão absurdos, provavelmente com origem nalgum ou dos tais "mais papistas que o Papa", sempre prontos a trair até colegas. E por isso estou solidário com ele. Mas não esqueço, porque quero ser justo comigo próprio, que o professor Charrua não deve chorar as tais "lágrimas de crocodilo", até porque foi deputado do PSD e sabe que dificilmente, por isso mesmo, as pessoas o inocentam das acusações factuais que sobre ele foram feitas. Mas uma coisa foi o que ele fez ou disse (ninguém ainda sabe onde, quando, com quem à volta, o quê, em que contexto, quem testemunhou, quem denunciou, etc), e tudo o que foi montado à volta disso, os procedimentos adoptados, os métodos pidescos, etc, outra coisa é quererem passar-nos um atestado de menoridade. Porque quanto às redacções do poder, julgo que não é novidade poder, que não há, “lá dentro”, ninguém que goste de ser ridicularizado ou insultado em público, e que todos acabam por responder a essas provocações, da forma que puderem. Neste caso concreto, pela dimensão política, pela cobertura na comunicação social, pelo desgaste causado - porque causou – ao governo, ou a responsável pela DREN deve ser demitida (já que não se demite) ou a Ministra da Educação toma a iniciativa de fazer com que isso aconteça. O pior que pode acontecer a Sócrates – que ainda hoje viu a sua licenciatura chegar à imprensa de Londres, vamos a ver o que isto vai agora dar… - é que seja cúmplice, neste complicado processo decisório que muitas vezes derruba os próprios governos, ou que perante os factos continue a optar pela passividade, comos e tudo estivesse bem assim. Não creio que, pelo menos durante alguns meses – até que se ela se distraia com outras coisas… – que a oposição deixe o assunto morrer aqui. Sem consequências, sem que ninguém responda pelas asneiradas e pela leviandade de procedimentos precipitados e pidescos que não se usam numa democracia.

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