Escreve o Sol num texto da jornalista Sandra Almeida Simões que "o Novo Banco herdou os activos saudáveis do BES, mas também inúmeras situações do passado que têm vindo a ser resolvidas de forma gradual. O SOL analisou as actas de algumas das reuniões do conselho de administração do banco de transição realizadas após a resolução do BES. Uma das grandes preocupações do Novo Banco prende-se com o controlo de custos, um tema presente em várias reuniões. Logo no segundo dia de funcionamento da instituição, o ex-presidente Vítor Bento alertou para uma situação do passado: a existência de uma avença paga pelo BES a alguém do Governo Regional da Madeira e que suscitou muitas dúvidas. O caso motivou um levantamento de todos os pagamentos a pessoas ou a entidades sem vínculo com a instituição.
Miguel Albuquerque desconhece
“O Dr. Vítor Bento referiu que tinha recebido uma carta do Governo Regional da Madeira aludindo a uma avença que seria paga pelo BES ao [...] sem que houvesse uma aparente contrapartida, situação que, na sua perspectiva, tinha que ser cabalmente esclarecida”. Esta versão da acta foi rasurada, de forma a impedir a divulgação do nome da pessoa do Governo da Madeira beneficiada com a avença.À data do envio da carta, Alberto João Jardim era ainda o presidente do executivo regional. O SOL não conseguiu obter um comentário do ex-líder madeirense.Já a actual presidência refere que o “Governo Regional da Madeira não comenta por não ter conhecimento” da avença. Miguel Albuquerque foi empossado a 20 de Abril deste ano.
Levantamento exaustivo
Na sequência das dúvidas manifestadas por Vítor Bento, o antigo gestor José Honório acrescentou, na mesma reunião, que lhe parecia “conveniente fazer um levantamento de todas as avenças pagas pelo Novo Banco e pelas sociedades que para ele tenham transitado”.João Freixa, administrador do BES que permaneceu na equipa de Vítor Bento, concordou e sugeriu que se pedisse ao Departamento de Negociação e de Controlo de Custos “informação sobre os pagamentos directamente autorizados”. Por sua vez, o ex-administrador Jorge Martins propôs consultar ainda o departamento de recursos humanos do banco.
Depois de ponderadas as diferentes hipóteses, o primeiro conselho de administração do Novo Banco decidiu avançar com “um levantamento de todas as avenças, espaços físicos, automóveis e recursos humanos disponibilizados a pessoas ou entidades que não estejam vinculadas ao Novo Banco por contrato de trabalho em vigor”.A 24 de Setembro, com o Novo Banco já sob a liderança de Eduardo Stock da Cunha, o tema foi retomado. Foi então apresentado o levantamento do conjunto de serviços, custos e benefícios que o Novo Banco suportava e que, face à informação disponível naquela data, se afiguravam como “não contratualizados ou em dúvida”. O conselho de administração aprovou a optimização desses custos, eliminando “situações não contratualizadas e revendo ou renegociando fornecimentos e serviços contratados”. Em Outubro, o board implementou uma política de controlo e redução de custos transversal a todas as entidades do grupo. Foi remetida uma minuta a todas as empresas, sucursais ou escritórios de representação, sublinhando a necessidade de incorporar os novos procedimentos e normas relativas a despesas de representação, deslocação, ajudas de custo e estadia. A ordem era clara: “aplicação imediata” e “cumprimento escrupuloso”. De Agosto a Dezembro, os custos operativos totalizaram 368,6 milhões de euros, “não reflectindo ainda, na plenitude, o esforço levado a cabo na sua redução”.
Miguel Albuquerque desconhece
“O Dr. Vítor Bento referiu que tinha recebido uma carta do Governo Regional da Madeira aludindo a uma avença que seria paga pelo BES ao [...] sem que houvesse uma aparente contrapartida, situação que, na sua perspectiva, tinha que ser cabalmente esclarecida”. Esta versão da acta foi rasurada, de forma a impedir a divulgação do nome da pessoa do Governo da Madeira beneficiada com a avença.À data do envio da carta, Alberto João Jardim era ainda o presidente do executivo regional. O SOL não conseguiu obter um comentário do ex-líder madeirense.Já a actual presidência refere que o “Governo Regional da Madeira não comenta por não ter conhecimento” da avença. Miguel Albuquerque foi empossado a 20 de Abril deste ano.
Levantamento exaustivo
Na sequência das dúvidas manifestadas por Vítor Bento, o antigo gestor José Honório acrescentou, na mesma reunião, que lhe parecia “conveniente fazer um levantamento de todas as avenças pagas pelo Novo Banco e pelas sociedades que para ele tenham transitado”.João Freixa, administrador do BES que permaneceu na equipa de Vítor Bento, concordou e sugeriu que se pedisse ao Departamento de Negociação e de Controlo de Custos “informação sobre os pagamentos directamente autorizados”. Por sua vez, o ex-administrador Jorge Martins propôs consultar ainda o departamento de recursos humanos do banco.
Depois de ponderadas as diferentes hipóteses, o primeiro conselho de administração do Novo Banco decidiu avançar com “um levantamento de todas as avenças, espaços físicos, automóveis e recursos humanos disponibilizados a pessoas ou entidades que não estejam vinculadas ao Novo Banco por contrato de trabalho em vigor”.A 24 de Setembro, com o Novo Banco já sob a liderança de Eduardo Stock da Cunha, o tema foi retomado. Foi então apresentado o levantamento do conjunto de serviços, custos e benefícios que o Novo Banco suportava e que, face à informação disponível naquela data, se afiguravam como “não contratualizados ou em dúvida”. O conselho de administração aprovou a optimização desses custos, eliminando “situações não contratualizadas e revendo ou renegociando fornecimentos e serviços contratados”. Em Outubro, o board implementou uma política de controlo e redução de custos transversal a todas as entidades do grupo. Foi remetida uma minuta a todas as empresas, sucursais ou escritórios de representação, sublinhando a necessidade de incorporar os novos procedimentos e normas relativas a despesas de representação, deslocação, ajudas de custo e estadia. A ordem era clara: “aplicação imediata” e “cumprimento escrupuloso”. De Agosto a Dezembro, os custos operativos totalizaram 368,6 milhões de euros, “não reflectindo ainda, na plenitude, o esforço levado a cabo na sua redução”.
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