Escreve o jornalista do Económico, Alberto Teixeira que "os quatro maiores bancos portugueses tiveram prejuízos históricos de 1,5 mil milhões de euros no ano passado, contra os lucros de 2010. 2011 foi o ano dos horrores para a banca nacional. Os prejuízos dos quatro maiores bancos nacionais - BCP, BES, BPI e Caixa Geral de Depósitos (CGD) - ascenderam a mais de 1.587 milhões de euros no ano passado. O BCP representou quase metade destes resultados negativos. O Santander Totta foi o único a apresentar um resultado positivo. Os números correspondem a prejuízos históricos que reflectem a turbulência que afectou o sector financeiro nacional no último ano. A pressão da crise de dívida na Europa, o investimento em dívida pública grega, as imparidades de crédito, a necessidade de reforçar capitais próprios e os efeitos da transferência do fundo de pensões dos bancos para a Segurança Social explicam em grande parte os prejuízos acentuados. O BCP, por exemplo, reportou um prejuízo de 786 milhões de euros no ano em que viu as suas acções afundar mais de 70% em bolsa. Agora o banco prepara-se para virar a página com um novo presidente - Nuno Amado deverá ser o eleito para substituir Carlos Santos Ferreira -, um novo modelo de governance - o monista em substituição do dualista - e, eventualmente, novos accionistas - o principal candidato para esta entrada é, tal como o Económico já havia anunciado, o China Development Bank. Outros accionistas, como a Sonangol, deverão reforçar a sua posição no banco. E o recurso ao Estado para recapitalizar o banco já foi oficializado. A Caixa Geral de Depósitos surge no segundo lugar do pódio dos piores resultados de 2011, com um prejuízo de mais de 488 milhões de euros. Só as participações do banco público na Portugal Telecom, BCP, Zon e Brisa pesaram perto de 350 milhões de euros nas contas do ano passado. A exposição à Grécia custou mais de 130 milhões de euros à CGD. No BPI os prejuízos fixaram-se nos 204 milhões de euros, com o reconhecimento de imparidades na conta de resultados correspondentes a menos valias latentes na exposição à dívida soberana grega a fixar-se nos 339 milhões de euros. Na apresentação dos resultados, Fernando Ulrich, CEO do banco, assumiu não ter orgulho em ter comprado dívida grega. Já o BES contabilizou prejuízos de 108,8 milhões no ano passado, que na opinião de Ricardo Salgado, líder da instituição, "não foram nada brilhantes, mas face à actual conjuntura também não foram maus de todo". Entre os cinco maiores bancos nacionais só o Santander Totta conseguiu um lucro de 64,1 milhões de euros em 2011, ainda assim muito longe dos 439,6 milhões de euros registados em 2010".
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