"O governo açoriano introduziu as taxas moderadoras nos hospitais, serviços de atendimento urgente e centros de saúde, com preços que variam entre os 4 e os 6 euros no atendimento. Também as análises e exames passam a ser pagas, numa percentagem, cujos valores depende do que é pedido pelo médico. A medida não caiu bem e muitos açorianos que começaram a pagar no início deste mês de Julho consideram "injusto" e "exagerado" o valor cobrado por uma consulta. Havia profunda insatisfação entre os açorianos que recorreram às urgências hospitalares e centros de saúde, após a introdução da nova modalidade de pagamento no sistema regional de saúde.Também na Saúde, há outras preocupações. Os fornecedores de medicamentos admitem a possibilidade de cortar o fornecimento aos hospitais e centros de saúde da Região devido a atrasos nos pagamentos por parte da ‘Saudaçor’, empresa gestora do sector na Região. Só no mês de Maio é que a ‘Saudaçor’ pagou aos fornecedores o mês de Fevereiro, não havendo ainda perspectiva de quando se fará o pagamento do mês de Março. Em condições normais, o governo dos Açores deveria pagar os medicamentos a 45 dias. Só que este prazo está ultrapassado em muito. De acordo com a notícia dada ontem pela RDP Antena 1 Açores, passaram quase quatro meses (há volta de 120 dias) sem que a Região tenha pago o mês de Março aos fornecedores de medicamentos. A situação começa a ser insustentável economicamente para as empresas que já terão solicitado a intervenção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta DelgadaSeis médicos Internos de Medicina Geral e Familiar enviaram ao ‘Correio dos Açores’ um ‘Manifesto’ insurgindo-se contra o exercício de funções de médicos colombianos nos centros de saúde de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Ribeira Grande. E ainda na saúde, ficou-se a saber que o governo açoriano gastou desde 2007 cerca de 400 mil euros com deslocações para as interrupções voluntárias da gravidez serem feitas em Portugal continental. Foram setenta e nove açorianas que interromperam as gravidezes de Janeiro a Maio deste ano. A nível social a situação também é preocupante. Ocorreram 47 crimes de violência contra idosos nos Açores, nos primeiros seis meses deste ano, de acordo com os dados estatísticos da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. Todos estes crimes foram praticados na ilha de São Miguel, a maioria dos quais em Ponta Delgada. E a crise também foi tema dominante e transversal em Julho. De Janeiro a Junho deste ano foram entregues 134 casas aos bancos por os seus proprietários não conseguirem pagar as prestações da dívida.A situação de debilidade financeira da maioria os empresários que compõem o tecido empresarial do chamado comércio tradicional da cidade de P. Delgada tem vindo a degradar – se nos últimos anos e atinge agora uma situação muito grave, em consequência da crise financeira que se instalou no país, e que tem levado à diminuição do poder de compra, com o aumento desenfreado da oferta, situações que no seu conjunto, se preparam para dar a "machadada final" nalguns estabelecimentos de referência da cidade, que vão encerrar. Isso numa altura em que se conhece que a taxa de actividade empreendedora nos Açores em 2010 foi de 3,5 por cento, menor do que a do continente e da média da União Europeia, revela um estudo que aponta a ausência de uma cultura empreendedora. O estudo, sobre o estado do empreendedorismo e das condições que o influenciam na região, foi encomendado pelo Governo Regional dos Açores. Nas autarquias, o Tribunal de Contas (TC) multou o anterior e o actual executivo da Câmara Municipal da Povoação por falta de cumprimento do plano de saneamento financeiro do município entre 2007 e 2009. O relatório de uma auditoria efectuada às contas do município conclui que tanto o anterior presidente da autarquia, o social-democrata" (texto do Correio dos Açores, com a devida vénia)
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