"Cinco das maiores cotadas têm sociedades em offshores. As Ilhas Caimão são o destino preferido pelos três bancos portugueses que estão cotados no PSI20, principal índice da Bolsa de Lisboa. Banco Espírito Santo (BES), Banif e Banco Português de Investimento criaram sociedades que têm diferentes actividades, desde a prestação de serviços bancários até à emissão de acções preferenciais. BES tem pelo menos sete empresas nas Ilhas Caimão, um território britânico localizado nas Caraíbas, próximo de Cuba e da Jamaica, e conhecido como um paraíso fiscal. Quatro destas sociedades são descritas no relatório e contas do banco liderado por Ricardo Salgado como entidades de finalidade especial. Já o Banif também tem seis veículos neste offshore, enquanto o BPI tem aqui o banco BPI Cayman e ainda a BPI Capital Finance, que faz emissão de acções.
Muitos paraísos fiscais são escolhidos pelos bancos para assegurar o anonimato de quem opta pelo depósito de contas bancárias nesses países ou territórios, uma vez que muitas vezes isso é assegurado legalmente. Outra "vantagem" que atrai empresas para estes destinos é a grande diferença nos impostos que recaem sobre essas sociedades, uma vez que em muitos casos nem sequer se aplica tributação às empresas. ambém nas Caraíbas, as Baamas são outro paraíso fiscal que foi escolhido pelo Banif para localizar duas sociedades detidas pelo grupo sediado no Funchal. As Ilhas Virgens Britânicas, que tal como as Ilhas Caimão são território britânico nas Caraíbas, recebem por sua vez a ES International Asset Management e a ESAF-International Distributors Associates, ambas do BES e gestoras de fundos de investimento. á a petrolífera portuguesa Galp detém uma sociedade, a Gite-Galp International Trading, que tem a sua sede num outro paraíso fiscal: o principado do Liechtenstein. Em 2003, esta empresa era referida pela imprensa norte-americana como uma das firmas que compravam petróleo ao Iraque, no âmbito do programa das Nações Unidas de troca de crude por alimentos. Quanto à Semapa, o grupo detentor da Secil e da Portucel tem uma empresa instalada no Panamá, a Somera Trading, registada como armador no cadastro de navios de comércio do Instituto Marítimo-Portuário".
Muitos paraísos fiscais são escolhidos pelos bancos para assegurar o anonimato de quem opta pelo depósito de contas bancárias nesses países ou territórios, uma vez que muitas vezes isso é assegurado legalmente. Outra "vantagem" que atrai empresas para estes destinos é a grande diferença nos impostos que recaem sobre essas sociedades, uma vez que em muitos casos nem sequer se aplica tributação às empresas. ambém nas Caraíbas, as Baamas são outro paraíso fiscal que foi escolhido pelo Banif para localizar duas sociedades detidas pelo grupo sediado no Funchal. As Ilhas Virgens Britânicas, que tal como as Ilhas Caimão são território britânico nas Caraíbas, recebem por sua vez a ES International Asset Management e a ESAF-International Distributors Associates, ambas do BES e gestoras de fundos de investimento. á a petrolífera portuguesa Galp detém uma sociedade, a Gite-Galp International Trading, que tem a sua sede num outro paraíso fiscal: o principado do Liechtenstein. Em 2003, esta empresa era referida pela imprensa norte-americana como uma das firmas que compravam petróleo ao Iraque, no âmbito do programa das Nações Unidas de troca de crude por alimentos. Quanto à Semapa, o grupo detentor da Secil e da Portucel tem uma empresa instalada no Panamá, a Somera Trading, registada como armador no cadastro de navios de comércio do Instituto Marítimo-Portuário".
Lá fora
Das 20 empresas cotadas no principal índice bolsista português, 19 têm sociedades fora de Portugal para gerirem participações sociais, serviços financeiros e operações. No entanto, a única que tem efectivamente a sede da casa-mãe do outro lado da fronteira, em Oviedo (Norte de Espanha), enquanto mantém os escritórios centrais em Madrid, é a EDP Renováveis. No nosso início [da EDP Renováveis], a EDP comprou os activos de energias renováveis da HC (Hidrocantabrico), o que nos obrigava a formar uma sociedade em Espanha", indicou um porta-voz, a partir da capital espanhola. "Na actualidade, dada a elevada percentagem de activos que temos em Espanha e o nosso processo de internacionalização, continua a ter sentido termos a nossa sede no país, assim como a sociedade principal: EDP Renováveis", acrescentou. A região espanhola das Astúrias surgiu pouco antes da operação de dispersão de capital da empresa na bolsa lisboeta, em 2008. Esta operação foi decidida para diminuir a dívida da eléctrica portuguesa, que tinha comprado recentemente a norte-americana Horizon, e para conseguir financiamento para o processo de expansão na área das renováveis. presidente executivo da EDP, António Mexia, justificou nessa altura esta escolha com o facto de Espanha ser o maior mercado mundial em termos eólicos e onde se concentravam mais de 80 por cento dos trabalhadores da empresa. á no caso da Cimpor, a casa-mãe da cimenteira está sediada em Portugal, mas a principal holding financeira está em Vigo, na Galiza. Chama-se Cimpor Inversiones e foi criada em 2002 no âmbito de um processo de reestruturação do grupo para concentrar todos os investimentos fora de Portugal (Brasil, Turquia, Cabo Verde, Egipto e outros) com o objectivo de aproveitar o regime fiscal mais favorável no outro lado da fronteira. spanha é também o terceiro mercado mais importante para o grupo cimenteiro em termos de volume de negócios e número de trabalhadores, a seguir ao Brasil e a Portugal. Em 2010, as operações em Espanha geraram receitas de 272,5 milhões de euros e empregaram 1006 trabalhadores". (texto das jornalistas do Publico, Ana Rute Silva e Inês Sequeira , com a devida vénia)
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