
Gráfico 1 - Quota por canal (média do conjunto dos 16 títulos analisados)
Como revelam os dados, um terço (37%) dos leitores cross-media (papel + digital) acedem a versões digitais dos títulos, enquanto 76% contactam com o papel. Isto significa que, ainda em valores médios dos títulos analisados, o digital contribui de forma exclusiva com um quarto dos leitores cross-media (24%), enquanto a contribuição exclusiva do papel é de 63%. E, consequentemente, 13% são leitores "duplo canal", contactando o título tanto no papel como digitalmente. Na análise individual por títulos, comprova-se que esta média global é resultantes de grandes variações de peso dos dois canais (ver gráfico seguinte): num extremo encontram-se os títulos de social - como a Caras, onde o digital contribui apenas com 4% para a respectiva cobertura cross-media - por contraste com o Jornal de Negócios, onde a contribuição digital está quase a par da contribuição do papel (49% do respectivo cross-media ). O gráfico seguinte mostra que os 5 títulos que mais ampliam a sua cobertura através do digital são o Jornal de Negócios, O Jornal I, o Diário Económico, o Público e o Diário de Notícias
Gráfico 2 - Contribuição do digital para a cobertura de cada título analisado no estudo
Esta informação responde, parcialmente, a uma das actuais perguntas estruturais de quem trabalha no mercado da media: Qual a contribuição do digital nos títulos de imprensa? Outra parte da resposta pode ser encontrada no gráfico seguinte, onde nos focamos nos leitores duplos (que acedem a um título tanto no papel como digital) e quantificamos o seu peso na cobertura cross-media de cada título.
Gráfico 3 - Quota dos leitores "duplo canal" para a Cobertura Cross-media de cada título
Claramente, os jornais desportivos apresentam os resultados cimeiros, quanto a quota de leitores duplos, pois quase um quarto da sua audiência conjunta opta por aceder às duas plataformas desses jornais. Naturalmente, o estudo fornece perfis sócio-demográficos dos vários segmentos de leitores de cada título, onde também podem ser encontradas diferenças relevantes de leitura. Na análise seguinte vemos como a variável sexo se relaciona com vários segmentos de leitura cross-media. A um nível global, é notório que a revista Caras é o título mais feminino, por oposição aos jornais desportivos. E vemos como a afinidade feminina vai diminuindo em relação directa com o grau de digital dos 3 segmentos analisados: no caso concreto da Caras, o título mais feminino, a afinidade na Cobertura papel é de 143%, diminuindo para 140% quando se analisam os leitores "duplo canal". Finalmente, quando analisado o segmento dos leitores apenas digitais, a afinidade feminina da Caras volta a descer, ficando com um valor de 125%. Esta tendência é transversal aos títulos analisados, mostrando como a contribuição digital para as coberturas é, proporcionalmente, mais masculina do que feminina. Mesmo para títulos primordialmente direccionados a públicos femininos.
Press:scope 2011: ampliação para componente qualitiva do cross-media
No segundo ano de realização do estudo de cross-media da Marktest, o press:scope vai expandir a informação disponibilizada e a amostra do estudo. Para além da informação de audiências, vai fornecer uma visão fina dos factores relacionados com o consumo cross-media da Imprensa portuguesa e das percepções e motivações dos cibernautas portugueses em relação a esta área de media. Para isso, o press:scope quase quintuplica a amostra digital e estende a informação recolhida a várias áreas, de natureza mais qualitativa, de onde destacamos:
Comportamentos de navegação
Imagem comparativa de edições digital e papel
Acesso actual ou intenção futura de acesso a conteúdos pagos
Posse / intenção próxima de aquisição de equipamentos digitais (smartphones, tablets, etc.).

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