terça-feira, novembro 23, 2010

Hospitais: o "inferno" é a Madeira?!

"Os Directores de Serviço do Hospital do Divino Espírito Santo enviaram uma carta ao secretário regional da Saúde, Manuel Correia, onde reafirmam a posição de não aceitarem a eliminação de prevenção no Serviço de Urgência e responsabilizam o governo por uma quebra na qualidade nos serviços assistências à Saúde na Região. A Carta enviada a Miguel Correia é do seguinte teor:“O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) é um hospital diferenciado, com Acreditação Internacional e especialidades únicas na Região Autónoma dos Açores, onde são prestados cuidados especializados, assegurando a Urgência 24 horas/dia. Estes cuidados são prestados em regime de presença física ou de prevenção, dada a escassez de recursos humanos, assegurando a assistência permanente aos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência, internados no HDES, das Casas de Saúde com internamento Psiquiátrico e transferidos de Centros de Saúde e de outros Hospitais da Região. Esta necessidade de assistência permanente, regulamentada pela Secretaria Regional da Saúde, deriva também do facto de a partir das 21:25, hora de partida do último avião para Lisboa, ser impossível evacuar doentes para outra Unidade de Saúde diferenciada, garantindo assim acessibilidade aos doentes açorianos idêntica aos do resto do País. De notar que os doentes das outras ilhas têm assegurado o transporte por helicóptero para o HDES durante as 24 horas. O HDES investiu ao longo dos últimos anos esforço, tempo, boa vontade e recursos económicos significativos para atingir os padrões de qualidade que são hoje reconhecidos pelos profissionais, pelos utentes e até internacionalmente. Por estes motivos, os Directores de Serviço, que são hierarquicamente os responsáveis máximos pelos Serviços não aceitam as medidas impostas no plano de redução de custos relativas ao Serviço de Urgência. Vide portaria 103/2010, de 2 de Novembro. A governação clínica do HDES é um processo fundamental para a garantia e melhoria da actividade assistencial. Compete ao Director Clínico, em conjunto com os Directores de Serviço, adequar os recursos à execução destes objectivos. As medidas de contenção devem por isso fundamentar-se em políticas de saúde bem definidas para o sector e não num simples controlo pontual de custos, pondo em causa missões assistenciais fundamentais para a população. Compreendendo a necessidade de medidas de racionalização de custos, os Directores de Serviço sempre estiveram disponíveis para colaborar na sua priorização, quer no âmbito global do Hospital, quer no de cada Serviço em particular. Para tal, seriam necessários dados relativos aos custos e investimentos realizados anualmente em cada Serviço, que até ao momento não nos foram facultados por ineficácia do sistema informático vigente.No contacto que V. Exª estabeleceu directamente com os Directores dos Serviços Clínicos do HDES, ultrapassando a nossa estrutura hierárquica, muitas questões foram elencadas e poucas as respostas dadas por V. Exª, até ao momento, sobre o rumo e caracterização deste Hospital. As medidas de contenção impostas tiveram como consequências imediatas:
1 - demissão do Director Clínico;
2 - demissão do Director do Serviço de Urgência;
3 - demissão da maioria dos Chefes de Equipa de Urgência;
4 - demissão do Director do Serviço de Psiquiatria;
5 - demissão do Responsável da Unidade de Oncologia;
6 - urgência de Psiquiatria, somente assegurada em regime de Presença Física, 3 dias por semana, entre as 08:30 e as 20:30;
7 - inexistência de especialista de Cirurgia Plástica, entre as 00:00 e as 08.00;
8 - inexistência de especialista de Oncologia, entre as 00:00 e as 04:00.
Caso a situação se mantenha, prevêem-se novas consequências com repercussão significativa na actividade assistencial.Neste contexto, os Directores de Serviço francamente preocupados com o impacto que as medidas avulso impostas por V. Exª terão na qualidade dos cuidados de saúde prestados à população, exigem de V. Exª a definição urgente da missão assistencial do HDES, bem como a nomeação de um Director Clínico que seja um interlocutor privilegiado neste processo. É igualmente imperioso que V. Exª transmita aos utentes do Serviço Regional de Saúde garantias efectivas da manutenção da qualidade assistencial no HDES.” (fonte: Correio dos Açores) Nota: e ainda dizem que o inferno é na Madeira? Com "paraísos" destes...

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