
Já em 2007 foi o terceiro homem forte do Governo, António Costa, a sair, para se candidatar à Câmara de Lisboa. Finalmente, em 2008, Sócrates afastou Correia de Campos e Isabel Pires de Lima. Na formação do Governo, Sócrates apostou em sete caras novas, afastando praticamente metade do anterior Executivo um problema numa altura em que o governo está a ultimar o Orçamento do Estado e ainda não sabe se o documento é aprovado. As condições políticas para qualquer mudança nas Finanças são extremamente difíceis. A candidatura de Constâncio foi formalmente apresentada por José Sócrates na Cimeira Europeia da semana passada. Constâncio está na corrida ao cargo de vice-presidente do BCE, que ficará vago com a saída do grego Lucas Papademos. Constâncio é, neste momento, um dos nomes mais bem posicionados para ocupar o segundo lugar da hierarquia da autoridade monetária europeia. A decisão será tomada no Conselho Europeu do próximo mês de Março. Na corrida estão também os banqueiros centrais do Luxemburgo (Yves Mersch) e da Bélgica (Peter Praet), mas nenhum dos dois parece estar em tão boa posição. Para Teixeira dos Santos este era o momento, já que os mandatos do governador do Banco de Portugal são de cinco anos e só podem ser renovados uma vez. O que significa que, o mais provável, é o escolhido ficar até 2020. O actual ministro das Finanças chegou ao Governo no Verão de 2005, para substituir Luís Campos e Cunha que bateu com a porta poucos meses depois de tomar posse. Vinha da presidência da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), onde esteve entre 2000 e 2005, e tinha sido secretário de Estado do Tesouro e Finanças de Sousa Franco no primeiro governo de António Guterres. Nos últimos anos, Teixeira dos Santos assumiu-se como o ministro da consolidação orçamental e conseguiu, de facto, o défice orçamental mais baixo da democracia em 2007. Ganhou força e foi elogiado até pela oposição. Mas a consolidação foi sol de pouca dura e todo o trabalho conseguido foi por água abaixo com a crise financeira". Eu acredito no que dizem os jornalistas embora a questão do BCE e do Banco de Portugal não seja o motivo essencial que esteve em vias de causar a demissão do ministro. Ainda no passado fim-de-semana foi-me garantido que TS teme que o défice das contas públicas "desgastem a sua imagem" e questionem a sua competência, principalmente no estrangeiro, e que ao contrário do PS e de Sócrates, acha que em 2010 a contenção da despesa com vista à regularização do défice não pode excluir o aumento de impostos. Uma frustração que TS já terá transmitido a alguns (poucos) membros do seu gabinete e alguns economistas e especialistas em finanças públicas da esfera da sua relação de amizade.
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