Segundo o Jornal I num texto do jornalista Luís Reis Ribeiro, "no primeiro semestre, o número de empresas insolventes e falidas aumentou 30%. São sobretudo pequenas. Este ano já caíram duas mil devido à crise das vendas, a má gestão e à demora exasperante nos recebimentos. Morrem cada vez mais empresas em Portugal. No primeiro semestre terão entrado em processo de insolvência e de falência de 1800 a 2400 empresas, mais 30% que no mesmo período de 2008. As mais penalizadas com o fenómeno são as pequenas e médias empresas (PME). Em Portugal, haverá cerca de 300 mil. Por causa da crise nas vendas, má gestão, demora nos recebimentos, falta de rendibilidade e de competitividade de muitos negócios, estão a fechar portas, ou em sérias dificuldades, entre dez e 13 empresas por dia, mostram as declarações publicadas em "Diário da República" e coligidas pelo Instituto Informador Comercial (IIC) e pela Crédito y Caución (CyC). O primeiro é uma consultora que avalia o risco de crédito das empresas, a segunda uma seguradora de crédito espanhola. Os números apurados no primeiro semestre - 1825 acções de insolvência e falência, segundo o IIC, e 2360, de acordo com a CyC - mostram que este ano será especialmente agressivo, devendo ultrapassar os casos registados em 2008 (perto de 3 mil). Os números batem certo com a escalada do desemprego e dos casos de redução de salários/horários de trabalho. A insolvência "é um processo relativamente rápido que permite aos credores da empresa, trabalhadores e fornecedores, reaverem o seu dinheiro num período que, em média, não ultrapassa um ano", explica Josué Mateus, consultor do IIC. A falência é um processo mais radical (em que as empresas são irrecuperáveis) e normalmente mais penoso, podendo arrastar-se por vários anos até que os credores consigam ser ressarcidos. O técnico defende que o novo Código de Insolvência e Recuperação de Empresas (CIRE), de 2007, "veio agilizar estes processos, pois permitiu tirar muitos deles dos tribunais". "Com esta lei, os credores, em assembleia, passaram a liderar o processo de recuperação da empresa, liquidando os seus bens e património para satisfazer as dívidas. O juiz passou a ser um árbitro." Isso justifica a subida de falências nos últimos dois anos".
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