Um leitor deste blogue enviou-me uma mensagem pedindo-me que explicasse uma notícia publicada no DN pois "quando todos apertam os cintos, não acha um exagero se gastar 100 mil contos em ornamentações de Natal num concelho rural? Foi metade do custo do fogo de artificio no final do ano na baía do Funchal. E 17.500 para a concepção de um presépio?". Como facilmente entenderá não tenho explicação nenhuma. Mas de facto parece-me importante que as Câmaras Municipais, tal como outras instituições públicas, numa altura de contenção e num ano - o de 2009 - que será seguramente dos mais difíceis da última década, para todos, sem excepção - redobrem a sua atenção neste tipo de encargos e estabeleçam sobretudo prioridades. É certo que o Natal é uma quadra especial para os madeirenses, e por tradição. Mas há determinadas situações que dificilmente podem contar com a compreensão das pessoas, sobretudo quando nenhum esclarecimento é dado. Eu nem sei se é verdade ou não que foi gasta essa verba. Acredito que sim. Li a notícia tal como o leitor deste blogue. Mas registei algo que me parece absurdo, segundo o DN: "É mais um indício de que a crise de facto ainda não chegou à Calheta. O custo das ornamentações de Natal neste concelho ronda o meio milhão de euros, o que dá cerca de 100 mil contos na moeda antiga. Contudo, os valores dos ajustes directos levados a cabo pela Empresa Municipal "SolCalheta" não batem certo com os que constam na Administração Pública. Mesmo assim é dado adquirido que estes não fogem muito da considerável fasquia dos 500 mil euros, sobretudo em tempos de crise". Os responsáveis têm que perceber uma coisa no domínio da comunicação, institucional ou política: o silêncio não "mata" nem a notícia nem trava a especulação. Mas quando alguém se digna prestar alguma explicação que seja, isso sempre é melhor do que nos confrontarmos com um vazio de justificações que acaba, esse sim, por ser a causa de especulação, e não só. Mais do que isto não sei dizer.
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