quinta-feira, outubro 09, 2008

Madeira: Pita trava projecto Caixa de Crédito Agrícola

Dada a situação de instabilidade no mercado bancário e financeiro internacional, decidimos manter as inscrições de manifestação de interesse na constituição da Caixa de Crédito Agrícola da Madeira, além da data limite inicialmente fixada (31 de Outubro). No entanto, a apresentação ao Banco de Portugal e à Caixa Central do respectivo projecto ficará a aguardar melhores condições e respostas à actual situação de crise financeira mundial. Isto porque os promotores da iniciativa garantem que “pretendem criar uma instituição credível e que represente a Madeira, os Madeirenses e os Emigrantes”, pelo que embora reafirmem que “continuam empenhados, mais do que nunca” no projecto admitem que o “momento actual exige no mínimo cautela e responsabilidade”. Recordo que o Grupo Crédito Agrícola (CA) é um Grupo Financeiro de âmbito nacional (sexto no ranking nacional), integrando um vasto número de bancos locais, denominados Caixas Agrícolas, sendo que a única região do País que não possui nenhuma instituição bancária do Grupo é a Madeira. A constituição de uma Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Madeira, instituição financeira independente, que se tornará associada da Caixa Central exige um capital social inicial mínimo é de 6.000.000 de euros necessário para exercer as funções de uma instituição de crédito. Podem ser associados pessoas singulares e colectivas, sendo o valor de cada título de capital de 6.000 euros. A dinamização deste projecto foi criada uma Comissão de Constituição constituída por Jorge Sá (Empresário), Filomeno Paulo (Médico, Ex-Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Funchal), David Caldeira (Empresário, Ex-quadro da Caixa Geral de Depósitos), João Santos (Presidente do Conselho de Administração da Cimentos Madeira), Eduardo Jesus (Economista, Presidente da Ordem dos Economistas na Madeira) e Isabel Maria Andrade Silva (Empresária). O projecto dispõe de um site informativo próprio come site endereço www.ccammadeira.com. De facto, perante a realidade da crise mundial, manda o bom senso que estes projectos aguardem por melhores dias. Ainda por cima quando ainda está por apurar o nível de envolvimento e de responsabilidade do sector bancário na situação criada e as alterações que os governos estão a preparar para o funcionamento deste tipo de instituições, muitas delas, particularmente no estrangeiro, ameaçadas pela falência. Por isso a melhor estratégia comunicacional dos dinamizadores deste projecto, na minha opinião, seria, adequadamente, a de manterem silêncio e na expectativa até que “temporal” passe. Porque caso contrário, com a ideia de que só as instituições do Estado são seguras, este projecto corre o risco de nem sequer ligar os motores…

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