Opinião: "Cuba e EUA, aproximação improvável"
"Desde 1819, os EUA desejam Cuba. Tal obsessão permanente não autoriza grandes ilusões de mudanças nas relações entre os dois países. Para Washington, a ilha lhes pertence. E esta não tem como abrir mão do poder que acumulou, a partir de sua posição defensiva e resistência vitoriosa. Foi logo depois da conquista da Flórida, em 1819. Os Estados Unidos só tinham 40 anos de idade, e seu território não ia além do Rio Mississipi. James Monroe era o presidente, mas foi seu secretário de Estado, John Quincy Adams, quem falou, pela primeira vez, da atração norte-americana por Cuba. Quando disse, numa reunião ministerial do governo Monroe, que “existem leis na vida política que são iguais às da física gravitacional: e por isso, se uma maçã for cortada de sua árvore nativa — pela tempestade — não terá outra escolha senão cair no chão; da mesma forma que Cuba, quando se separar da Espanha, não terá outra alternativa senão gravitar na direção da União Norte Americana. E por essa mesma lei da natureza, os americanos não poderão afastá-la do seu peito” [1]. Naquele momento, o desejo de Quincy Adams ainda não era conquistar a ilha, mas preservá-la, e por isso ordenou a seu embaixador em Madrid, que comunicasse ao governo espanhol a “repugnância norte-americana a qualquer tipo de transferência de Cuba para as mãos de outra Potência”. Vale a pena ler este artigo de opinião de José Luís Fiori no "Le Monde Diplomatique" (edição Brasil)
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