quinta-feira, março 20, 2008

Frasezitas sem importância (I)...

Mas sobretudo frases sem destinatário.Ou seja, Alberto João Jardim falou para o ar, não partiu de situações em concreto, não tem (teve) destinatário, não pretendeu passar mensagens claras, não deixou conselhos e advertências ao PSD da Madeira, etc. Falo nas duas entrevistas que ele concedeu ao dois jornais regionais por ocasião dos 30 anos de governação sob a sua liderança. Portanto, deduzo eu, Alberto João Jardim falou para a oposição, porque deve ser ela que anda preocupada com sucessões e com o tal Congresso de 2011...
· Para já quero concluir o mandato, cumprindo os meus objectivos. Depois, francamente, não tenho nada planeado. A única coisa que pensei é levar uma vida mais livre, de cidadão que não tem as obrigações que tenho neste momento (DN)
· As circunstâncias é que vão ditar. Eu não vou dizer que não vou fazer isto ou aquilo. Depois vou ver..." (“Mas vai ficar sem uma actividade política activa?”)
· Gostava de deixar - e não é bem escrever memórias, que isso toda a gente escreve - alguns relatos históricos de forma a que as pessoas compreendessem melhor coisas que na altura não foram bem compreendidas. (“Em termos pessoais, houve alguma actividade que ficasse por fazer, que gostava agora de fazer?”)
· Se o PSD-Madeira tiver, depois de 2011, uma direcção que me peça para colaborar ou participar nisto ou fazer aquilo, obviamente que vou colaborar e fazer o que me pedirem. Não quero dar aquele ar que 'arrumei as malas e agora amanhem-se'. (DN)
· Ser reformado não quer dizer ficar sentado de varanda a ver os carros passar. Para mim é apenas ficar livre de uma série de responsabilidades e ter liberdade para ter uma maior capacidade de iniciativa pessoal. Mas não deixo de ser cidadão (“Não o vejo na condição de reformado...).
· Na história da democracia portuguesa ninguém conseguiu isso. Eu sempre acreditei naquilo que sou capaz e para ser franco sinto-me capaz (“Acredita que vai ser capaz de sair deixando o partido em condições de continuar a ganhar?)
· Um dos meus objectivos de vida, dos tais a médio prazo, é fazer essa transição e sinceramente sinto-me com capacidade de conseguir isso. Também tenho noção que sou capaz de perder amizades, se houver pessoas pelo caminho que atrapalhem isto de chegar a bom porto. Eu não vou indicar o novo líder, mas vou tentar que as pessoas cheguem a um consenso e não foi por acaso que meti-me a concorrer à liderança até 2011 e que estudei, um a um, o perfil da comissão política agora eleita. (DN)
· Eu tenho a ideia - pois estou a contar que o congresso em 2011 seja para aí em Fevereiro ou Março - de que o novo líder do partido, com a maioria parlamentar que o PSD tem, deve imediatamente constituir governo... (Mas como é que afinal sonha com a sua sucessão?)
· Os madeirenses devem conhecer a maneira de governar, como é que se comporta o novo líder do PSD e o candidato à presidência do Governo Regional em Outubro de 2011, para que a escolha dos madeirense não seja um voto no escuro (Mas porque vai fazer isso? Qual é a vantagem? )
· Tenho noção que há uma certa tensão, mas que não é tão grande como a pintam. Ainda acredito que as pessoas tenham juízo. Pode haver explosões e teimosias, mas quando chega a altura de doer, as pessoas ganham bom senso (Tem noção da convulsão e das tensões que se vivem no seio do PSD-M?)
· A tradição histórica da democracia em Portugal é que quando os partidos se partem por dentro, acabam por perder e, portanto, perdendo o partido, perdem todos os que estão lá dentro. (DN)
· Não sou pelo politicamente correcto, mas sou pelo politicamente racional... (DN)
· Só se eu fosse um anormal é que ainda não tinha pensado quem é que me pode suceder, pelo menos até dez. E esses dez todos são diferentes de mim. Eu não posso avaliá-los sob a minha maneira de ver as coisas. (DN)
· Quem me tentar imitar está liquidado. Eu acho que há por onde escolher e neste momento talvez o drama do partido seja esse, porque se só houvesse um único capaz de me substituir, o problema estava resolvido. Mas era um mau sinal, porque diriam como é que ao fim de tantos anos o partido só tem um gajo capaz (Quer uma pessoa diferente de si?)
· Há pessoas que não querem se arriscar. Há pessoas que até se sentem com capacidade, mas que ou não querem dar um passo em falso, ou entendem que para que o passo não seja em falso, deve ser um passo institucionalmente empurrado. (DN)
· A actual Comissão Política foi feita a pensar em criar condições para chegar a um consenso, evitar que haja duas ou três listas a concorrer e cada um a fazer a sua campanha. (DN)
· Alguns já me disseram que são livres de se candidatar e outros que me disseram que não se candidatavam sem um sinal meu. (DN)

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