Segundo
o Económico, num texto do jornalista Pedro Duarte, “o Tesouro britãnico assumiu
a responsabilidade de toda a dívida escocesa, reduzindo os receios de um
incumprimento após o referendo de Setembro. Os nacionalistas escoceses
obtiveram ontem uma grande vitória, ao verem a dívida que a Escócia irá ter até uma eventual
independência ser garantida na sua totalidade pelo Tesouro britânico. "No
caso de uma separação da Escócia do Reino Unido, o governo britânico irá
honrar, em todas as circunstâncias, os termos da dívida emitida enquanto o
território pertencia ao Reino Unido", anunciou em comunicado Danny
Alexander, secretário-chefe do Tesouro. Este responsável explicou aos
jornalistas que esta decisão se ficou a dever
à necessidade de assegurar a
estabilidade das obrigações britânicas, face aos receios dos mercados que de
parte da dívida pública britânica - actualmente
no montante de 1,65 biliões de euros - poderia ser transferida para o
governo escocês caso o referendo agendado para 18 de Setembro seja favorável à
independência, uma vez que a Escócia não tem nenhum historial nem ‘rating' de
crédito nos mercados internacionais.Este
anúncio foi recebido com satisfação pelo líder do governo regional escocês Alex
Salmond, já que ele pretende manter a
libra esterlina como moeda e o Banco de
Inglaterra como credor de último recurso de uma Escócia independente, uma
possibilidade que era rejeitada até agora pelo ministro das Finanças do Reino
Unido, George Osborne. Em retaliação,
Salmond já havia admitido que a Escócia poderia recusar-se a assumir a sua
parte da dívida pública britânica, caso Londres insista em não partilhar a libra. "Qualquer incerteza nos
mercados obrigacionistas tem sido causada pela recusa do governo de Cameron em
discutir as condições da independência antes do referendo, e foi a sua própria
insistência de que a Escócia seja um
Estado completamente novo que os deixou com a obrigação legal de arcarem com todas
as dívidas do Reino Unido. O anúncio do
Tesouro deixa agora claro que a Escócia
se encontra numa posição negocial extremamente forte para conseguir um bom acordo
para a partilha da moeda", disse Salmond. Os analistas dizem ainda que a
garantia da dívida pode fazer aumentar o número de escoceses que poderão votar
a favor da independência, sendo que até
agora as sondagens indicavam que
o ‘Sim' só recolhia a preferência de 38% dos eleitores”