quinta-feira, junho 02, 2011

Sócrates irritado com manifestações que estão a "incomodar" a campanha...

Escreve o Jornal I num texto do jornalista Luís Claro que "o candidato do PS, José Sócrates, não disfarçou alguma irritação com as manifestações contra o governo em plena campanha do PS. "Virem incomodar não me parece grande ideia. Aqui ninguém vai para os comícios dos outros", disse o secretário-geral do PS num almoço em Torres Vedras com apoiantes. O candidato socialista foi confrontado, à entrada do restaurante, com uma manifestação de cerca de 20 pais em defesa do ensino privado e cooperativo e contra o encerramento do externato Penafirme.Tal como já tinha acontecido em Faro, na primeira semana da campanha, os ânimos voltaram a aquecer quando o presidente da Câmara de Torres Vedras e apoiante de Sócrates entrou em diálogo com os manifestantes, que exibiam uma faixa onde se podia ler. "1800 crianças sem escola, porreiro pá!"O pior foi quando o autarca, Carlos Miguel, acusou os manifestantes de estarem ao serviço de outras forças políticas e mostrou um panfleto em que quem contestava - e já tinham marcado presença nas campanhas de Cavaco Silva e Manuel Alegre nas presidenciais - apelavam aos eleitores para votarem contra o PS. Sócrates, que não disse uma palavra sobre a manifestação em Faro, que acabou com a intervenção da PSP e uma detenção, decidiu, desta vez, responder a estes protestos com a garantia de que o PS não se deixa "impressionar com estas manifestações". O candidato socialista acusou os manifestantes de fazerem um protesto "luxuoso" - provavelmente referindo-se à avioneta que circulava à volta do restaurante onde decorreu a iniciativa - e lamentou que "alguém esteja a utilizar o dinheiro do Estado para se manifestar". O dia já não tinha começado bem em Caneças. Alguns populares marcaram presença no comício para protestarem contra o desemprego e os cortes sociais e os elementos da caravana socialista viram-se obrigados a pedir aos manifestantes para se afastarem. Durante as intervenções, Ferro Rodrigues, cabeça--de-lista por Lisboa, acusou o "outro lado", referindo-se a Passos Coelho, de fazer "ataques vergonhosos" a José Sócrates. O ex-líder do PS garantiu que o país "está como está", devido à crise política provocada pela oposição e classificou estas eleições de "as mais importantes desde o 25 de Abril". Um argumento repetido por José Sócrates, que em Torres Vedras voltou a acusar o PSD de querer aplicar mais medidas de austeridade do que aquelas que são necessárias para ultrapassar a crise. "O PSD estará do lado da troika ou de Portugal?", questionou Sócrates, num almoço com mais de 500 pessoas em Torres Vedras. À noite os socialistas fizeram um comício em Santa Maria da Feira, em Aveiro, onde contou com a cabeça-de-lista pelo distrito, Helena André. Em declarações ao i, antes do comício da noite, a ainda ministra do Trabalho disse que o PS deve ter a capacidade de "saber ler os resultados do próximo domingo" e a partir daí decidir como vai actuar a seguir às eleições. Helena André acusa Passos Coelho de não saber o que quer para o país: "O que observamos do partido que quer ser governo é justamente uma grande trapalhada relativamente à maior parte das propostas."

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