Este PS de seguro sofre de uma tremenda e
lamentável memória curta. Não tiveram responsabilidades pela situação em que
nos encontramos, não foi um governo socialista de Sócrates o rosto da falência
do país, não foi um governo socialista de Sócrates a ir a correr pedir ajuda
financeira externa, não foi um governo socialista de Sócrates a negociar o
memorando de entendimento com a troika que traçou as linhas gerais da
austeridade que este governo de coligação se encarregou depois, e de forma
absolutamente criminosa, de ampliar, ignorando as consequências dessa palermice
nos portugueses, no fundo bem à imagem dos que ainda nos governam.
Mas o PS tem outra memória enferrujada quando tenta construir
uma enorme história da carochinha à volta de situações caricatas de demissões
de ministros. Por isso lembraria o que ocorreu com o XVII governo
constitucional liderado por José Sócrates - antes do governo da falência do
país: o governo tomou posse em 12 de
Março de 2005. A 20 de Julho de 2005, demitiu-se o então ministro das finanças
Luís Campos e Cunha - quatro meses depois de tomar posse. Na altura, e
segundo uma fonte oficial, terá sido o próprio ministro a pedir a sua
substituição, alegando razões pessoais, familiares e cansaço. Foi substituído
por Teixeira dos Santos. A 30 de Junho de
2006, o então ministro de estado e dos negócios estrangeiros, Freitas do
Amaral, demitiu-se, sendo substituído por Luís Amado. Mas este governo
socialista foi objeto ainda, entre 2005 e 2009, de mais 11 mudanças!!!