“Os partidos perdem o poder e passam à oposição. É o momento em que os poderosos se afastam, deixando as lideranças para aqueles que consideram figuras secundárias. Podem chamar-se António José Seguro ou outro nome qualquer.
Durante uns tempos, os poderosos ficam calados. Depois, começam a criticar a liderança, acusando-a de não subir nas sondagens. Por fim, quando a liderança efetivamente sobe nas sondagens (no geral porque o partido então no poder começa a descer), iniciam a grande conspiraração para afastar o ator secundário e dar palco ao principal.
O método é tão velho que até eu, que estou cheio de gripe, percebo a enorme imoralidade que existe nesta conduta. Isto, independentemente de quem é apeado e de quem quer o poleiro. E acresce que, até agora, tem servido para afastar homens sérios dos lugares cimeiros - recordo Fernando Nogueira e Ferro Rodrigues, por exemplo. Teria o destino do PS e do PSD sido outro se ambos não tivessem sido vítimas desta voragem? Quem sabe.
O que sei é que nada de bom há a esperar quando um líder chega ao poder apoiado por este tipo de lógica” (texto do jornalista Henrique Monteiro, Expresso, com a devida vénia)