terça-feira, janeiro 29, 2013

Opinião: "As pensões de reforma são insustentáveis"

"Chamo a atenção para um trabalho publicado no Expresso (caderno economia, pp. 16-17) sobre o nosso sistema de pensões. Entre outras coisas, o trabalho de Sónia Lourenço revela o seguinte facto: o rácio entre idosos e activos passou de 15% em 1979 para 29% em 2011, e o Eurostat prevê uns absurdos 58,5% para 2050. Confesso que a minha pobre cabeça de fugitivo-da-matemática não compreende este rácio. Porém, o dado seguinte é evidente até para mim: o número de trabalhadores por pensionista (considerando apenas o regime geral da Segurança Social) passou de 5,6 em 1974 para 1,9 em 2010; se considerarmos a Caixa Geral de Aposentações, o número desce para 1,57. Ou seja, neste momento, nós temos um trabalhador e meio por cada reformado. Na minha modesta, débil e imbecil opinião, este é o facto mais assustador que temos em cima da mesa. Perdão: o facto não está em cima da mesa, porque é um tabu, um tabu que impede uma discussão sem gritaria sobre a insustentabilidade do nosso sistema de pensões.
Sem cortes permanentes nas reformas acima de x (este x devia ser alvo de um debate nacional), a segurança social tornar-se-á insustentável e absurdamente injusta para quem está no activo” (texto do jornalista Henrique Raposo, Expresso, com a devida vénia)