terça-feira, janeiro 29, 2013

Mercados: Perguntas & Respostas

O regresso às emissões de dívida de longo prazo anuncia o fim da austeridade?
- Não necessariamente. A operação bem- sucedida de colocação de OT a 5 anos prepara uma gestão mais desafogada da dívida pública nos próximos anos e sinaliza a retoma da confiança dos credores nas finanças públicas da República Portuguesa. Não se repercute diretamente no Orçamento do Estado deste ano ou seguintes. O seu efeito principal é contribuir, pela boa imagem externa que projeta, para descidas ulteriores dos juros da dívida pública, que acabarão por entrar nas contas anuais do Estado. Juros mais baixos abrem espaço orçamental para outras despesas públicas, se for essa a opção política seguida pelo Governo em funções.
Esta operação acelera a saída da troika de Portugal?
- Não. O programa de Assistência Económica e Financeira tem uma duração de três anos, entre meados de 2001 e fim de junho de 2014. As verbas acordadas com a troika estão quase integralmente desembolsadas pela UE e o FMI e têm seguido a cadência prevista, na sequência de seis exames regulares j á concluídos com resultados positivos. A verba inicial até foi recentemente anunciado que seria reforçada em mais 4 mil milhões de euros por razões cambiais. O regresso ao mercado, agora antecipado, só marca o fim – passados 22 meses – da situação de emergência financeira, que levou ao pedido de ajuda externa.
As empresas vão voltar a investir e a aumentar o emprego, na sequência desta operação?
- O objetivo é atingir, quanto antes, uma situação de normalidade no acesso ao mercado em todas as maturidades ( ainda faltam emissões a dez anos!) e nos juros pedidos pelos credores. Isso facilita o financiamento das empresas e, por conseguinte, o fortalecimento da atividade económica. Recomeçando com o sector exportador e estendendose progressivamente às empresas viradas apenas para o mercado interno, espera- se a retoma do investimento produtivo ao fim de anos acumulados de quedas sucessivas. Só com ela se reanimará a atividade produtiva até tirar pleno partido da capacidade instalada, primeiro, e, em seguida, com a expansão dessa capacidade e, com ela, a criação de postos de trabalho” (Expresso)