Segundo o Diário Económico, "Cavaco Silva lidera a corrida às presidenciais, com 67,1% das intenções de voto. Uma margem de 47,5 pontos percentuais em relação a Manuel Alegre (o segundo com 19,6%) que deixa o actual Presidente da República confortável, a cinco meses das eleições e em clima de pré-campanha. A confirmar-se o resultado do primeiro barómetro da Marktest para o Diário Económico e TSF para as presidenciais, Cavaco evita ir a uma segunda volta em que poderia ter que se bater contra uma esquerda unida em torno de Alegre. Cavaco reúne mesmo a maioria das intenções de voto daqueles que admitem votar PS nas legislativas. O apoio do PS a Manuel Alegre, recorde-se, não foi consensual dentro do partido desde a primeira hora, sobretudo pelo facto de este candidato ser também apoiado pelo Bloco de Esquerda. Com o atrito entre a Presidência e o Governo a diminuir, Cavaco terá beneficiado da posição de distanciamento que voltou a assumir em relação às polémicas partidárias. Esta posição ficou clara quando frisou, a propósito da proposta de revisão constitucional do PSD, que "um Presidente da República não deve participar nas lutas partidárias" e recusou servir de "arma de arremesso em lutas político-partidárias". Já no caso das SCUT, Cavaco Silva optou por uma posição conciliadora, apelando a "um acordo interpartidário". A liderança de Cavaco Silva nas intenções de voto para as presidenciais coincide com o seu crescimento também em termos de popularidade. Segundo os dados do barómetro revelados ontem pelo Diário Económico, o Presidente continua a ser o único líder político com uma imagem positiva junto dos portugueses, tendo mesmo registado um aumento de 1,3 pontos percentuais nesse indicador. O politólogo António Costa Pinto sublinha que o Presidente tem conseguido descolar não só do Governo, mas também do PSD: "Ao contrário do que tinha feito em meses anteriores, em que parecia imiscuir-se na vida partidária, tem mantido distanciamento e continua a apresentar-se como Presidente e não como candidato". Na corrida a um segundo mandato, Cavaco (tal como os seus antecessores) tem vantagem em continuar a ser o Presidente em vez do candidato. A estratégia parece simples nas palavras de Costa Pinto: "Não fazer disparates políticos, não falar demasiado e manter-se na sua posição, aparecendo como tem feito nos roteiros ou nas visitas oficiais, como a de Angola".
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