segunda-feira, novembro 23, 2009

Banca portuguesa vai ter ano difícil em 2010

Li no Publico que o director do The Boston Consulting Group (BCG) em Portugal, Luís Gravito, prevê que 2010 vai ser muito difícil para os bancos portugueses, com a subida prevista dos níveis de incumprimento, alertando que os efeitos da crise vão estender-se até 2011: "Estamos a meio, senão no início, da grave crise e o próximo impacto [sobre a banca] está relacionado com o aumento dos níveis de incumprimento", salientou. "Suspeito que os bancos portugueses tenham um ano muito difícil em 2010. O incumprimento é a nova onda de choque sobre o sistema financeiro e, possivelmente, o cheque da economia real será mais grave em Portugal do que noutros países", afirmou ontem, em entrevista à agência Lusa, Luís Gravito. De acordo com Ignazio di Torrepadula, responsável do BCG especializado no sector bancário, que se baseia nos dados relativos a crises anteriores, "a cada ano de recessão correspondem três ou quatro anos de perdas na banca". "Os bancos portugueses foram poupados do primeiro impacto da crise financeira, relacionado com os instrumentos exóticos [activos tóxicos], que praticamente não ti-nham no balanço, apesar de teremsofrido com a crise de liquidez nomercado de financiamento interbancário", disse o responsável daunidade portuguesa do BCG. A dívida externa portuguesa, a evolução da economia real, os problemas do mercado financeiro que tornam o dinheiro mais caro, a redução das margens e o impacto do crédito malparado levam Luís Gravito a antecipar que "os bancos portugueses vão sofrer", ainda que defenda que Portugal não é dos países onde o sector está em pior forma". "Os prejuízos nos balanços dos bancos vão estar relacionados, sobretudo, com o aumento do incumprimento no crédito concedido às PME, que vão ser as mais afectadas pela crise económica. Vão também ser necessárias mais provisões, o que aumentará as perdas durante 2010 e 2011", reforçou à Lusa Ignazio di Torrepadula".

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