domingo, novembro 16, 2008

Partidos e o mundo laboral

Não tenho rigorosamente nada contra os Trabalhadores Social-Democratas da Madeira (TSD) até porque são uma estrutura interna do PSD, tal como os autarcas ou a JSD, e por isso respeitável. O problema é que pensei, confesso, que este congresso regional (?), realizado este fim, poderia ser aproveitado para uma mudança por forma a que atempadamente fosse propiciada aos TSD uma outra forma de estar e condições - se é que elas as querem - para ir ao encontro do mercado laboral regional, das reais necessidades das pessoas, ganhar um espaço próprio e se preparasse para os novos desafios que aí vêm, nomeadamente a crise económica, o agravamento das condições sociais e aumento do desemprego, e que numa região, insular e condicionada como a Madeira, precisam de ser encarados sem subterfúgios. Não se pode por um lado criticar partidos - como é o caso do PCP na Intersindical ou do PS na UGT– com um envolvimento no mundo sindical que não é de hoje e que sendo discutível, porque deixa no ar a dúvida quanto à manipulação e/ou instrumentalização de sindicatos tornando-os reféns de causas ou estratégias partidárias, e depois não ter capacidade para responder com alternativas credíveis. Os TSD nacional há muito que cristalizaram, não existem, em grande medida pelo facto de Arménio Santos se encontrar na liderança da organização há tempo demasiado, situação que lhe tem propiciado estatuto e o acesso a funções e a candidaturas que em situações normais não sei se teria. Se os TSD existem apenas para serem um insignificante grupo de cidadãos social-democratas que trabalham em diferentes áreas de actividade, “legalizando” uma estrutura partidária, então eles nem precisam disso, porque lhes basta a militância partidária. Se a ideia, e penso eu que é essa a prevalecente, é dotar PSD de uma componente laboral activa e tão forte, ou até mais forte, como outras, então as coisas terão que ser diferentes. E sem ter rigorosamente nada contra Brasão de Castro – porque não tenho mesmo - a verdade é que fará sempre uma enorme confusão, a qualquer pessoa mais atenta a estas questões, que o membro de um qualquer governo, seja ele qual for, responsável pela pasta do trabalho, seja por causa disso o responsável pela estrutura dos trabalhadores do seu partido, por razões facilmente perceptíveis. Enfim, as opções estão tomadas, a situação também não é nova, verdade seja dita, mas acho sinceramente que para que os TSD tenham um espaço próprio precisam de ter outro modelo funcional e comportamental.

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