Quero ainda recomendar, numa altura em que se fala do impacto dos "gratuitos" no panorama da imprensa escrita, este trabalho do Observatório da Comunicação Social (Obercom), as tiragens no final de 2007 no que diz respeito à Imprensa generalista ou à Imprensa regional, lembrando que ficamos a saber que "Diário de Notícias, Jornal de Negócios e Diário Económico foram três dos principais vencedores do relatório da APCT relativo a Janeiro e Abril de 2008. Os segmentos dos diários e semanários generalistas e da imprensa económica continuam em alta, segundo os dados revelados ontem pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT), referentes a Janeiro e Abril de 2008. O relatório indica que o Diário de Notícias foi o jornal diário que mais cresceu nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao período homólogo, cerca de 27,0%. Em relação aos outros títulos, o Jornal de Notícias cresceu 12,1%, para os 99.313 exemplares por dia, o Correio da Manhã continuou a subir, desta vez 5,8%, para os 117.722 exemplares, e o 24 Horas chegou aos 35.831 exemplares, uma subida de 4,7%. Mais modesto foi o crescimento do Público, 0,2% em relação aos quatro primeiros meses de 2008. Porém, o jornal da Sonaecom denotou algumas dificuldades de vendas no mês de Abril, onde teve apenas 36.692 exemplares de circulação paga, ficando nesse mês ao nível das vendas do 24 Horas. Em relação aos semanários generalistas, destaque para as subidas do Expresso em 4,6%, para os 129.346 exemplares vendidos, e da Sábado, para os 70.055 exemplares (crescimento de 2,4%). Todos os outros títulos desceram as vendas nos primeiros quatro meses do ano, em relação ao período homólogo, com destaque para a Focus, que perdeu 20,7%, para os 11.008 exemplares vendidos, e para O Crime, que caiu dos 13.038 para os 10.638 exemplares. O Sol, por seu turno, continua a apresentar vendas estabilizadas, na ordem dos 48 mil exemplares, tendo porém descido 1,6% em relação ao período homólogo. Em relação à imprensa económica, destaque para as subidas do Diário Económico, Jornal de Negócios, Semanário Económico, Executive Digest e Carteira. O jornal dirigido por André Macedo subiu 18,9%, para os 13,144 exemplares, e o diário de negócios da Cofina aumentou a circulação paga em 10,1%, para os 8.458 exemplares. Também o Semanário Económico está a subir depois da passagem de Inês Serra Lopes para a direcção. Desta vez subiu 13,7%, para os 9.926 exemplares. Destaque ainda para a Carteira, que subiu 16,9%, para os 10.388 exemplares e, pela negativa, para a líder de segmento Exame, que perdeu 9,5%, para os 22.042 exemplares". Sugiro ainda a leitura de uma entrevista com João Palmeiro, com o título "Lei da Concentração “é uma teimosia”: "As quebras de vendas dos jornais em banca, o fenómeno dos gratuitos, o impacto do digital e as incursões legislativas do governo são alguns dos temas abordados por João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa". Finalmente recomendo ainda um artigo curioso intitulado "Será que são jornais?" (os gratuitos), da autoria de João Alferes Gonçalves, Jornalista free-lance: "A diferença entre o "Metro" e o "Destak", por um lado, e a "Dica da Semana" ou o "Jornal da Região", por outro, é uma questão de grau, não de qualidade – os objectivos são os mesmos, a estratégia é a mesma, só os meios utilizados são diferentes e melhores nuns casos do que noutros. Trata-se de suportes impressos destinados a veicular publicidade e não a fazer jornalismo. Para uma publicação poder ser considerada jornalística não basta que tenha umas notícias e alguns «features». É preciso que a informação seja o seu objecto exclusivo e que os critérios e prática sejam conformes com a deontologia da profissão. É preciso que a actualidade esteja nas suas páginas, sem ter sido filtrada por qualquer rede de interesses particulares ou empresariais. É preciso que a sua razão de ser seja o jornalismo e não o marketing. Os proprietários de jornais andaram anos a embrenhar-se nos terrenos do marketing, oferecendo os mais diversos produtos para promoverem as vendas dos seus jornais. Não devem admirar-se que alguém venha, agora, da área do marketing e ofereça «notícias» para promover a venda do seu espaço publicitário". Estou certo que ficarão a saber de coisas novas.
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