domingo, abril 20, 2008

Sócrates nega (nos Açores) intenção de visitar a Madeira

Segundo o "Açoriano Oriental", o primeiro-ministro, José Sócrates, disse domingo não ter prevista nenhuma visita oficial à Madeira, respondendo a uma sugestão feita domningo pelo presidente do Governo Regional madeirense, Alberto João Jardim. "Não, não tenho nada previsto", respondeu Sócrates aos jornalistas sobre uma eventual visita oficial à Madeira. O líder do PS, que falava após o encerramento do XIII Congresso do PS/Açores, arrefeceu as expectativas de Jardim, que domingo sugeriu uma visita oficial do chefe do Governo à Madeira. "O primeiro-ministro deve fazer uma visita oficial à Madeira e não vir à região a propósito de um evento qualquer (como a próxima Cimeira Portugal-Marrocos). Penso que ele (o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira) percebeu a mensagem que lhe estava a transmitir", disse Alberto João Jardim, após a partida do Presidente da República para Lisboa, no final de uma visita oficial de seis dias ao arquipélago.
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Antes destas declarações, Jardim afirmou querer visita oficial de primeiro-ministro à Madeira - O presidente do Governo Regional da Madeira desafiou o primeiro-ministro a visitar oficialmente a Madeira. Alberto João Jardim entende que é tempo de passar das palavras aos actos, mas José Sócrates disse que não tem prevista qualquer visita oficial ao arquipélago (veja o video da notícia da RTP, aqui).Também a lusa distribuiu uma notícia que eu li aqui, no site do Publico.
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Cavaco Silva elogia obra de Alberto João Jardim - O Presidente da República destacou a obra feita em trinta anos de autonomia regional, dizendo que Alberto João é uma "referência incontornável e um impulsionador decisivo da nova face da Madeira" (veja o video da notícia da RTP, aqui)
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Entretanto, e segundo a jornalista Sara Moura do Expresso, o PSD da Madeira já reagiu a esta nega de Sócrates: "O PSD considera a recusa de José Sócrates em visitar oficialmente a Madeira uma falta de respeito para com a Região e para com os madeirenses, enquanto o PS local diz-se disposto a traçar o seu próprio caminho. A irredutibilidade de Sócrates em visitar a Madeira, avançada ontem pelo Expresso caiu mal no Funchal. Tanto à direita como à esquerda as críticas à postura do primeiro-ministro foram duras, apesar do PS, pelo menos oficialmente, ter desvalorizado a situação. "É absolutamente indesculpável que um primeiro-ministro, durante todo um mandato, não arranje tempo nem espaço para visitar oficialmente a Madeira quando já o fez nos Açores", disse Guilherme Silva, acrescentando que se trata de uma "falta de consideração" para com Região e para com os madeirenses que depois farão a sua análise e responderão nas eleições. O deputado social-democrata vai mais longe e afirma que Sócrates não parece estar muito interessado na unidade nacional nem na coesão do país. A decisão de José Sócrates foi confirmada hoje nos Açores, no mesmo dia em que o Presidente da República (PR) terminava a visita oficial à Madeira. Cavaco Silva tentou nos últimos seis dias reforçar o diálogo entre Lisboa e o Funchal, mas os esforços do PR parecem não ter resultado. O primeiro-ministro falando no encerramento do Congresso do PS-Açores elogiou o desempenho do presidente do executivo local, Carlos César, e mandou indirectas para o outro arquipélago. "Aqui nos Açores, o Governo Regional luta por mais transparência, dá direitos às oposições, gosta e defende o parlamento e faz tudo para que a vida democrática esteja à altura das boas tradições liberais e democráticas", disse Sócrates que no final do encontro respondeu negativamente ao apelo de Jardim para que visitasse a Madeira. Já o PS-Madeira coloca-se à margem dizendo que não comenta as opções do primeiro-ministro. "As relações entre o Governo da República e o Governo Regional são da inteira responsabilidade dos seus intervenientes", disse João Carlos Gouveia, acrescentando que os socialistas madeirenses vão traçar o seu próprio caminho na luta contra o "regime" de Alberto João Jardim. A verdade, é que a decisão de Sócrates vem contribuir ainda mais para sensação de "isolamento" que o PS-Madeira sente em relação ao partido nacional. Primeiro, enfrentou as últimas eleições regionais contra uma impopular Lei das Finanças Locais agitada por Jardim como bandeira eleitoral contra os socialistas. Depois, mais recentemente, ouviram Jaime Gama e Cavaco Silva, as duas principais figuras do país, elogiar Alberto João Jardim. Agora vêem José Sócrates dizer novamente não à Madeira".

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