
Relativamente à sua argumentação, reconheço que poderei ter sido excessivo quanto à insinuação de potencial falseamento propositado de dados que possam estar na base do apuramento do PIB regional divulgado para os Açores. Diria hoje que, quanto muito, nada me impede de interrogar-me sobre se pode haver uma deliberada aposta em manter por mais alguns anos os Açores no lote das regiões “Objectivo 1”, desejando eu apenas que não apanhem já em 2010 alguma surpresa desagradável.
Percebi que o esclarecimento do sr. Barata tinha apenas uma intenção, que só me dá razão: “Ora, se retirarmos o peso do CINM do PIB da Madeira, cerca de 21%, veremos que o PIB da Madeira e dos Açores são quase iguais". Depois de considerações comparativas e qualitativas a vários sectores de actividade nas duas regiões, do elogio à Universidade dos Açores, que frequentou, em detrimento da Universidade da Madeira, o sr. Barata não esconde nem o seu posicionamento político e partidário, e faz muito bem, nem o que realmente me queria dizer: “(…) Agora a integridade dos agentes políticos está patente nos dois presidentes de Câmara condenados e noutros casos públicos de violações sistemáticas da Lei. Na qualidade do Ambiente os Açores estão incomparavelmente mais desenvolvidos do que a Madeira. Se alargarmos a nossa avaliação para a qualidade da Democracia, o funcionamento das Instituições, a liberdade da comunicação social, o respeito entre adversários políticos, o normal funcionamento do mercado e da concorrência, para o equilíbrio das finanças públicas, para transparência nos actos e decisões administrativas e pelo respeito pela Lei e pela Ética, então estamos a falar de dois mundos completamente diferentes”. Não entro nesse jogo, até porque penso de uma forma totalmente diferente da sua. Os indicadores falam por si, é através dos indicadores sociais e económicos que se mede o desenvovimento de regiões e países e se julgam políticas, pelo que é sobre isso que falei e nada mais. Finalmente, sr. Barata, queria apenas dizer-lhe que ressalvando o excesso do adjectivo referido ("falseamento" de dados), mantenho rigorosamente e no essencial tudo o que disse, desde o incómodo dos valores do PIB agora divulgados. E desiluda-se: não me vanglorio pelo facto dos Açores (que profissionalmente e por razões familares conheci provavelmente primeiro que o sr. Barata) serem uma das regiões mais pobers do Pais e da União, face aos valolres do PIB regional agora divulgado. Pelo contrário, quem me dera a mim que todas as regiões, mas sobretudo, por egoismo compreensivel, as duas regiões autónomas portuguesas, estivessem no topo do mundo, garantindo aos seus cidadãos o que eles desejam, sonham e merecem. Ou julga que eu porventura cairia no erro e na hipocrisia de afirmar que a Madeira é um paraiso onde não existem problemas, onde não há pobreza e carências, onde não há muito a fazer, onde também foram tomadas opções que não resultaram? Não pense nisso. Da minha parte não.
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