terça-feira, abril 17, 2007

Madeira: entrevista de AJJ à RDP II

JORNALISTA - Mas custa-lhe mais porquê,...
ALBERTO JOÃO JARDIM - Não é brincar, não é tirar dinheiro à Madeira para brincar aos partidos!
JORNALISTA - ...porque tem menos lugares para distribuir do ponto de vista político?
ALBERTO JOÃO JARDIM - Não, não é isso! Olhe, nem tive dificuldade nenhuma, no PSD, como sabe, não há as cenas eventualmente chocantes que há na Rua do Surdo, inclusivamente dando azo a que se faça mais um partido pelo meio e parta-se aquilo em partidos e partidecos.
JORNALISTA - Normalmente os partidos do poder não têm esses problemas, isso acontece mais nos partidos que estão na oposição.
ALBERTO JOÃO JARDIM - Não, desculpe, e sabe porque é que os partidos estão no poder? Porque têm pessoas a dirigi-lo que mantém a tal coesão porque também podem inverter a questão. Dizem: ah! o partido não tem problemas porque está no poder...
JORNALISTA - Há quem diga que a ... é propriamente essa, tem a ver mais o dito com aquilo que o poder pode depois...
ALBERTO JOÃO JARDIM - O Partido...
Isso é outra conversa fiada que anda para aí, que são as habituais invejas medíocres.
Repare, se a Madeira não tivesse mais empresários, porque no fundo os empresários da Madeira velha fazem guerra aos novos empresários que apareceram cá porque lhes estão a fazer concorrência, alguns até já cresceram mais que os empresários antigos, e esta guerra do tempo do proteccionismo contra agora actualmente uma economia liberalizada,...
JORNALISTA - Mas também não há dúvida que age mesmo normalmente...
ALBERTO JOÃO JARDIM - ...deixe-me acabar!
Não, não há proteccionismo nenhum até porque era ilegal. Esta guerra
JORNALISTA - Mas há quem diga que estes concursos são feitos à medida de, enfim, das mesmas empresas, dos mesmos empresários...
ALBERTO JOÃO JARDIM - Desculpe, alguma vez esses tipos que andam para aí a dizer coisas dessas..., então contestem a coisa. Porque é que nunca foram a tribunal dizer ou reclamar dos concursos? Está aberto.
Eu tenho tido às vezes reclamações de empresas, que também ganham concursos, contra outras também que ganham concursos e depois o tribunal decide. Tudo isto se tem feito com a maior limpidez.
A insinuação grave e reles é que é falta de carácter. Mais, graças a haver mais empresários, primeiro é bom porque é um sinal que a economia cresceu. Se a economia não tivesse crescido não havia mais empresários. Segundo, para a economia crescer foi preciso haver mais empresários, haver mais postos de trabalho.
Eu vejo a oposição dizer que o futuro da Madeira é outra vez passar a emigrar, quando o meu trabalho foi precisamente crescer a economia para que se acabasse com a emigração e as pessoas fossem encontrando trabalho na nossa terra.
E depois vêm dizer – e veja a lata disto tudo -, vêm dizer que há um grande desemprego na Madeira! A taxa de desemprego na Madeira é 5%.
JORNALISTA - Mas já andou nos 2%!
ALBERTO JOÃO JARDIM - Nos 2,7%!
JORNALISTA - E nessa altura era uma grande bandeira!
ALBERTO JOÃO JARDIM - Mas foi numa altura de pico... E continuou aos 5%, continua a ser uma grande bandeira!
JORNALISTA - Mas estamos a falar num crescimento de quase de 100% no fim dos quatro anos!
ALBERTO JOÃO JARDIM - Porque...
Porque há gente que acabou habilitações e se inscreveu no mercado de emprego e porque na altura tivemos um pico alto de obras. Eu peguei nisto com 40% de desemprego e em que as pessoas tinham que emigrar.
Mas já lhe vou dizer essa dos 5%. Olhe, neste momento Portugal está com 8,7% ou o que é, nunca esteve Portugal tão mal, nunca teve Portugal com a taxa de desemprego acima da taxa média de desemprego da União Europeia. Estes cavalheiros, Sócrates e mais os seus sequazes fizeram isto a Portugal.
Eu tenho 5% aqui. O Sarkozy, que é o candidato a Presidente da França, a França que é muitíssimo mais rica que a Madeira, fixou como meta, se for eleito Presidente da França, ter 5% de desemprego.
Reparte, eu tenho o desemprego...
JORNALISTA - Mas a França tem muitos problemas de emigração..
ALBERTO JOÃO JARDIM - Vai dizer agora que a França tem mais problemas que a Madeira!
JORNALISTA - De emigração!
ALBERTO JOÃO JARDIM - Não goze! Eu estou falando de um país que é um dos países mais ricos do Mundo, que a Madeira coitadinha não se pode comparar, mas a Madeira tem 5% de desemprego. E o Sarkozy, candidato a Presidente da República da França, está a propor aos franceses que a taxa de desemprego venha para os 5%. Até porque estas coisas têm que ser estudadas.
Eu fui um aluno cábula mas nunca deixei de estudar. Fiz o curso da vida
JORNALISTA - Foi um cábula ao longo de dez anos, não é?!
ALBERTO JOÃO JARDIM - Pois é, mas não devo nada ao Estado por ter tirado o meu curso, nunca recebi bolsas nem coisas assim no género. E era herdado do meu pai, o que gastei foi meu, portanto, não devo nada a ninguém.
Mas voltando à questão do desemprego...
JORNALISTA - Do desemprego...
ALBERTO JOÃO JARDIM - Voltando à questão do desemprego, os livros dizem: 5% tecnicamente não é desemprego. 5% tecnicamente não é desemprego
Fonte: entrevista de Alberto João Jardim à RDP-Madeira, Abril de 2007

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