A procura de habitação em Portugal disparou na última
década, mas a oferta de novas casas não acompanhou o ritmo. Isso mesmo mostra a
evolução do número de transações de alojamentos familiares em Portugal, por
categoria (novos ou usados), desde 2009. Em 2009, o número de transações de
habitações usadas foi de 59 mil, ao passo que houve 41 mil transações de novas
habitações (cerca de 41% do total de transações). Em 2024 foram transacionadas
muito mais habitações, 124 mil usadas e apenas 32 mil novas (menos 9 mil do que
em 2009 e cerca de 21% do total de transações).
Com a construção nova insuficiente para responder à procura, o mercado recorreu, sobretudo, às casas já existentes, o que acabou por inflacionar os preços. Entre 2014 e 2017, por exemplo, o número de transações de habitações usadas quase duplicou e chegou a atingir quase as 140 mil habitações em 2020 e 2021. Esta realidade mostra que a pressão sobre o mercado imobiliário português não resulta apenas da procura, mas, sobretudo, da incapacidade de disponibilizar novas casas a um ritmo compatível. A aposta em políticas que incentivem a construção e reabilitação urbana é essencial para equilibrar o mercado, travar a escalada dos preços e garantir o acesso a habitação a preços mais justos (Mais Liberdade, Mais Factos)

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