Desde 2019, a economia portuguesa cresceu acima da média da UE, em termos de riqueza total, mas, quando se olha para a riqueza por habitante e, sobretudo, por cada pessoa ativa no mercado de trabalho, os ganhos são bem mais modestos. Entre 2019 e 2024, o PIB português cresceu +8,4%, acima dos +5,5% registados em média na União Europeia. No entanto, quando ajustamos pela população, o PIB per capita em Portugal cresceu +5,1%, apenas ligeiramente acima da média da UE (+4,2%). A diferença reduz-se ainda mais, e torna-se desfavorável a Portugal, quando se considera o PIB por cada pessoa ativa no mercado de trabalho (entre os 20 e os 64 anos): em Portugal, o crescimento foi de apenas +2,6%, ficando abaixo da média da UE (+2,8%). Ou seja, a economia portuguesa como um todo tem crescido, mas, o rendimento por habitante e a produtividade dos trabalhadores tem crescido a um ritmo bem mais modesto e não tão favorável em comparação com a média da UE.
Uma parte do crescimento do PIB justifica-se com a
imigração. A economia como um todo beneficiou do facto de haver mais habitantes
em Portugal, mas quando se retira esse efeito e se avalia a riqueza por
habitante, o crescimento é menor. Por outro lado, a população imigrante é mais
jovem do que a população portuguesa, está maioritariamente em idade ativa. Ou
seja, o PIB per capita cresce, em parte, porque há atualmente um peso maior da
população ativa na população total do país do que havia em 2019 (população
ativa é quem efetivamente cria riqueza). Com o PIB calculado por cada pessoa
ativa no mercado de trabalho retiramos esse efeito e temos a riqueza que é
efetivamente criada por quem está no mercado de trabalho. Isto mostra que o
país continua a enfrentar o mesmo desafio estrutural: reduzido crescimento da
produtividade que se reflete num reduzido crescimento económico “real” (Mais
Liberdade, Mais Factos)

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