Presidente venezuelano
alertou que não são necessárias mais "guerras intermináveis", embora
tenha apelado aos jovens para resistirem a eventuais ameaças norte-americanas.
Nicolás Maduro apelou esta quinta-feira a Donald Trump para manter a paz e não
iniciar uma guerra dos Estados Unidos contra a Venezuela. “Sim à paz”, afirmou
o Presidente venezuelano à CNN, enquanto participava num comício em Caracas com
milhares de pessoas presentes, estendendo também a sua mensagem ao povo
norte-americano: “Unir-nos pela paz das Américas. Chega de guerras
intermináveis. Chega de guerras injustas. Chega de Líbia. Chega de
Afeganistão”.
Sem querer abordar um eventual receio de uma escalada das movimentações de forças norte-americanas ao largo da Venezuela, Maduro não deixou de exortar os jovens presentes no comício a resistirem a uma possível ameaça dos EUA. Entretanto, já esta semana, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, indicou que Nicolás Maduro ordenou um aumento da prontidão das forças de segurança e dos órgãos de segurança, expresso na mobilização de 200 mil elementos: “Estamos a otimizar as nossas capacidades diariamente. Realizamos manobras no terreno, (…) exercícios do Estado-Maior, exercícios de defesa costeira, exercícios de descentralização de recursos e de gestão de catástrofes”.
Washington já mobilizou
nos últimos meses cerca de 15 militares nas Caraíbas e vários navios de guerra
para a região, incluindo um porta-aviões descrito como a “plataforma de combate
mais letal” da Marinha dos EUA, segundo a CNN. Em causa, segundo a Casa Branca,
está a ameaça causada pelos cartéis de tráfico de droga e o fluxo de
embarcações que transportam droga para solo norte-americano.
No entanto, Caracas teme que os EUA se estejam a preparar para tentar forçar uma mudança de regime na Venezuela através da pressão militar. Apesar de Donald Trump ter declarado numa entrevista à CBS News que duvida de que venha a ocorrer um conflito direto com a Venezuela, o Presidente dos EUA já apontou ao fim do regime liderado por Maduro. Em paralelo, a Casa Branca estará também a tentar encontrar justificações legais que possam sustentar uma ação militar em solo venezuelano sem a aprovação do Congresso para o lançamento de uma guerra (Observador, texto do jornalista João Paulo Godinho)

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