sábado, novembro 15, 2025

Borboleta-branca-da-Madeira oficialmente extinta

A Lista Vermelha Europeia das Borboletas confirmou o primeiro caso de uma espécie europeia de borboleta a desaparecer do planeta. A organização ambientalista Rewilding Portugal lamenta a notícia da extinção global da borboleta-branca-da-Madeira (Pieris wollastoni), que considera "um sinal claro do colapso em curso da biodiversidade". A ONG defende que ainda é possível travar novas extinções se houver “coragem política, escala e urgência”.

Segundo a Lista Vermelha Europeia das Borboletas, divulgada esta semana, a espécie endémica da Madeira está oficialmente dada como desaparecida. “Trata-se de um marco trágico na história natural do continente e do país, e um sinal claro do colapso em curso da biodiversidade”, refere a organização ambientalista Rewilding Portugal em comunicado.

“Ainda há tempo para inverter a trajetória”

Apesar do alerta, a Rewilding Portugal acredita que é possível travar novas perdas se houver ação concertada. “Ainda há tempo para inverter a trajetória que conduzirá a mais extinções, se agirmos com determinação e visão de futuro”, sublinha a ONG.

Pedro Prata, líder de equipa da Rewilding Portugal, defende que o momento exige coragem política e ação em larga escala: “O desaparecimento da borboleta-branca-da-Madeira é um sinal claro de que é urgente agir no restauro da biosfera. Restaurar a natureza exige coragem política, escala e urgência. O momento é agora”.

Espécies de borboletas ameaçadas aumentaram 73% em dez anos

De acordo com os dados citados pela organização, o número de espécies de borboletas ameaçadas na Europa aumentou 73% na última década, passando de 37 para 65. As principais causas são a perda e degradação de habitats, a intensificação agrícola, a drenagem de zonas húmidas, o sobrepastoreio e a fragmentação dos ecossistemas.

As alterações climáticas, acrescenta a Rewilding Portugal, “já afetam mais de metade das espécies ameaçadas”. Em Portugal, os riscos são elevados devido à presença de habitats únicos e espécies endémicas. “As ilhas da Madeira e dos Açores, com ecossistemas frágeis e isolados, estão entre os locais mais vulneráveis”, alerta a ONG. Face à perda crescente de biodiversidade, a Rewilding Portugal apela “a um compromisso nacional pelo restauro ecológico, com urgência e ambição”, e defende que a recuperação da natureza deve tornar-se “um desígnio nacional”.

“Portugal precisa de políticas públicas robustas, financiamento dedicado e mecanismos de monitorização e transparência que assegurem resultados mensuráveis: mais biodiversidade, mais habitats funcionais e mais equilíbrio ecológico”, adianta a organização, que reafirma o seu compromisso em “acelerar iniciativas de restauro ecológico e promover paisagens mais selvagens e resilientes, em colaboração com comunidades, entidades públicas e privadas” (SIC-Notícias)

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