domingo, agosto 03, 2025

Portugal entre os países com mais férias escolares da Europa

Na escola portuguesa, as "férias grandes" fazem jus ao nome. Portugal é dos países europeus onde os alunos têm mais dias de descanso e com uma interrupção letiva de verão das mais longas, de acordo com a mais recente recolha de dados da Eurydice - a rede da Comissão Europeia que compara os sistemas educacionais europeus. A longa pausa de verão, que pode durar até três meses no 3.º ciclo e secundário, é uma realidade partilhada com países como Malta ou a Bulgária. Entre calendários e tradições, estes dados revelam a diversidade de ritmos escolares na Europa - e como o conceito de "férias grandes" muda consoante o país onde se estuda.

No 1.º e 2.º ciclo, os alunos portugueses contam com quase quatro meses de interrupção letiva ao longo do ano, com destaque para os mais de dois meses de verão. São, em média, 119 dias sem aulas: entre 73 a 78 no verão, 19 no Natal e 24 distribuídos ao longo do ano. Este padrão coloca Portugal acima da média europeia, embora ainda abaixo de países como Malta, Bulgária ou Letónia.

À medida que os alunos progridem, as férias aumentam. No 3.º ciclo, Portugal sobe para o topo da tabela, com um total de 132 dias de pausa - só superado por Malta, Irlanda e Bulgária. No secundário, os números mantêm-se e Portugal consolida o terceiro lugar. Os alunos do 3.º ciclo e secundário do ensino português têm entre 87 a 92 dias de férias no verão, 19 no inverno e outros 23 ao longo do ano.

Os números refletem realidades distintas. Na maioria dos casos, privilegia-se o descanso durante os meses de bom tempo, como no verão, ou em períodos religiosos como o Natal e a Páscoa. Mas nalguns países, outros critérios - culturais, climáticos ou pedagógicos - moldam o calendário escolar.

A Bulgária lidera nos verões longos, chegando a oferecer mais de três meses de pausa entre junho e setembro. Já Montenegro e a Sérvia optam por invernos generosos, com 21 dias de pausa. O Liechtenstein aposta numa distribuição atípica das férias: os alunos têm mais dias de pausa espalhados ao longo do ano do que no verão. E na Turquia, o inverno passa-se sem interrupção - não existe pausa natalícia no calendário escolar.

Quando acaba o verão? Depende de quem decide

As férias de verão na Europa arrancam entre o final de maio e a segunda semana de julho. Na maioria dos sistemas, os alunos gozam entre 8 a 12 semanas de interrupção letiva. Portugal insere-se no grupo de países com um verão de entre 10 e 12 semanas, para alunos do 1.º e 2.º ciclo, e depois com 12 ou mais semanas, para alunos do 3.º ciclo e secundário.

A pausa de verão varia significativamente entre os países e oscila de acordo com o nível escolar. No norte e centro da Europa, como na Dinamarca, França ou Noruega, as férias de verão não ultrapassam as oito semanas. Já em grande parte do sul e oeste, incluindo Portugal, Malta e Itália, os alunos podem gozar mais de 12 semanas de férias.

A maioria dos países europeus retoma as aulas em setembro, mas nem todos o fazem ao mesmo ritmo. Quinze países fazem-no logo entre o primeiro e o segundo dia de setembro, mas existem 10 sistemas de educação a iniciar as aulas ainda em agosto. Enquanto em Malta o regresso só acontece a 25 de setembro, na Finlândia há escolas a abrir portas logo no dia 8 de agosto. Em Portugal, o ano letivo de 2024/2025 arrancou no dia 12 de setembro para todos os níveis escolares.

E quem decide quando está na altura de meter novamente a mochila às costas? Em Portugal, a decisão envolve diferentes autoridades. Mas há países com mais autonomia: em Itália são as regiões que escolhem o dia e na Irlanda cada escola define o seu próprio calendário. Na maioria dos países europeus, o fim das férias de verão é decretado por uma autoridade de alto nível (DN-Lisboa, texto da jornalista Inês Moura Pinto)

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