Um estudo realizado pelo Portal da Queixa revela os impactos do apagão nacional que afetou Portugal na segunda-feira passada, destacando a falta de acesso a comunicações como a maior dificuldade enfrentada pela população. O inquérito, que envolveu cerca de 3000 consumidores, aponta que 84% dos portugueses sentiram a interrupção nos serviços de telecomunicações como o principal problema, seguido pela falta de informação e apoio (57,8%). A pesquisa também revela uma forte insatisfação com a resposta das entidades públicas, com mais de 41% dos inquiridos a considerar que o Governo e outras autoridades não lidaram adequadamente com a situação. Apenas 19% aprovam a forma como a crise foi gerida.
Durante o apagão, a maioria dos inquiridos (48,2%) encontrava-se em casa, seguida por 33,2% que estavam no trabalho. O impacto não se limitou à vida quotidiana, mas afetou também a saúde emocional dos portugueses, que se viram impossibilitados de contactar familiares, aceder a informações relevantes ou tomar decisões informadas. A falta de comunicação gerou uma sensação de isolamento e stress entre os cidadãos. Entre as operadoras, a Digi foi a mais criticada, com 504 queixas registadas no Portal da Queixa no dia seguinte ao apagão, o que representa quase metade de todas as reclamações recebidas pela plataforma. A operadora foi também a última a retomar os serviços de forma plena, deixando milhares de consumidores sem acesso a comunicações por mais de 24 horas consecutivas. A pesquisa destaca a necessidade urgente de melhorias na comunicação em tempo real, apontada por 42,1% dos inquiridos como a principal lição a ser tirada desta crise. A garantia de condições mínimas de segurança e conforto ficou em segundo lugar (22,6%), enquanto a necessidade de apoio rápido e eficaz foi mencionada por 21,1% (Executive Digest, texto do jornalista André Manuel Mendes)