quarta-feira, setembro 16, 2015

Que tristeza: Jornalistas insultam-se no "Prós e Contras"

Insultos mútuos entre os jornalistas Octávio Ribeiro, diretor do Correio da Manhã, e Miguel Sousa Tavares (comentador do Expresso e da SIC) marcaram o "Prós e Contras" da RTP.
"Aquilo que o Correio da Manhã faz não é jornalismo, é vender jornais", acusou Sousa Tavares, depois de insinuar que aquele diário baseia o seu noticiário judicial na "troca de favores" com o poder judicial. Octávio Ribeiro contra-argumentou que Sousa Tavares fala assim porque "está envolvido numa teia de compromissos" (nomeadamente com a família Espírito Santo, por via de relações familiares), sendo ainda vítima de uma "cegueira de fé" em José Sócrates.
"Ó Octávio, estás a atacar a minha honra!", avisou Sousa Tavares.
O programa, subordinado oficialmente ao tema "A independência da justiça", suscitou a fúria dos socialistas por ter sido promovido com base numa pergunta recente do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel ("alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação ou o maior banqueiro estaria sob investigação?"). No painel de convidados não se viu nem um político. Os chefes institucionais das várias corporações da justiça - com excepção de Elina Fraga, bastonária da Ordem dos Advogados - também faltaram. Antes ainda de Octávio Ribeiro e Miguel Sousa Tavares terem iniciado a sua troca de acusações, um outro interveniente no painel, o advogado Magalhães e Silva, afirmava que o principal problema hoje da justiça é o da sua "tabloidização". "O poder judicial está hoje refém da comunicação social" e as magistraturas, tanto judiciais como do Ministério Público, "não são imunes" ao sentimento da "comunidade", que assim lhes condiciona "o sentido" das decisões (DN-Lisboa)
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Director do CM e Sousa Tavares em discussão acesa no Prós e Contras
O programa apresentado por Fátima Campos Ferreira, na RTP 1, tinha começado com polémica ainda antes de ir para o ar, com algumas figuras do PS a insurgirem-se com a frase escolhida para lançar o debate, que classificaram de "tendenciosa", pedindo até a demissão da direcção da televisão pública.  "Alguém acredita que se o Partido Socialista estivesse no governo haveria um primeiro-ministro sob investigação?”. A pergunta foi feita por Paulo Rangel, na Universidade de Verão do PSD, e serviu de lançamento do programa Prós e Contra desta segunda-feira. Mas não foi essa a grande polémica do debate na RTP e sim a troca de palavras entre Miguel Sousa Tavares e o diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro.
“Aquilo a que pomposamente o Octávio [Ribeiro] chamou de investigação jornalística [do CM] limita-se a receber as informações das fontes”, atirou Sousa Tavares, num painel que era composto ainda pelo diretor do CM, por Nuno Garoupa (economista, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos), os advogados Magalhães e Silva e Paulo Farinha Lopes e a bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga. A resposta de Octávio Ribeiro não foi mais suave: “Se tu nunca fizeste jornalismo de investigação isso é um problema teu. Se quiseres visitar o CM eu mostro-te como se faz”. E desafiou: “Diz-me uma notícia tua que mexeu com alguém neste país que tinha poder”. O diretor do CM acusou ainda Sousa Tavares de sofrer de uma “cegueira de fé em relação a José Sócrates” e de estar “enredado numa teia de compromissos” no caso BES, devido às “ligações familiares” com Ricardo Salgado (cujo filho é casado com uma filha de Sousa Tavares), ao que o jornalista respondeu dizendo estar a ser alvo de um "ataque à honra". O que “o CM faz não é jornalismo, é vender jornais”, rematou Miguel Sousa Tavares (Sol)

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