Li no Jornal I, num texto do jornalista Filipe Paiva Cardoso que "num mundo tomado pela propaganda, quase tanto como hoje, ainda que então menos disfarçada, também a fotografia da elevação da foice e do martelo sobre o Reichstag, imagem-ícone da tomada de Berlim pelos soviéticos foi retocada para ficar mais apelativa, tendo a sua data sido adulterada para a tornar ainda mais impressionante. A história foi contada pelo diário espanhol “ABC”, a 23 de Março último, que chamou à adulteração da fotografia a “incrível mentira soviética”. O jornal espanhol citava o historiador Jesús Hernández, autor do “As 100 Melhores Histórias da Segunda Guerra Mundial”, livro onde menciona as alterações feitas à fotografia. Supostamente, os corajosos soldados soviéticos subiram ao Reichstag para içar a bandeira durante os combates, tendo o momento sido capturado por acaso por um fotografo. Contudo, o momento só se deu depois de terminados os combates e da rendição de Berlim, a 2 de Maio de 1945, e não a 16 de Abril, como então foi amplamente reproduzido. Além desta alteração, outros dois elementos foram adulterados na imagem:primeiro, foram adicionadas colunas de fumo à mesma para tornar mais credível que tivesse sido tirada durante os combates – fumo que já não encontra na imagem que usamos. Depois foi apagado o relógio que está no pulso direito do soldado que está a elevar a bandeira – relógio esse que está visível na nossa imagem –, já que foi roubado a um alemão. A fotografia adulterada chegou aos jornais russos a 13 de Maio e foi muito reproduzida a partir de então. Esta “incrível mentira”, porém, foi apenas um pormenor numa guerra em que todos os beligerantes apostaram fortemente na propaganda e nos gabinetes de censura"
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