Segundo a jornalista do Económico, CATARINA MELO, “dados de Fevereiro
mantém a tendência: chineses e brasileiros dominam pedidos de residência em
Portugal em troca, quase sempre, de investimento imobiliário. Desde a sua
criação, foram atribuídas 2203 autorizações de residência para estrangeiros ao
abrigo deste programa num investimento total de mais de 1,3 mil milhões de euros.
De acordo com dados disponibilizados pela APEMIP - Associação dos Profissionais
e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal - foram concedidos até ao final
de Fevereiro um total de 2.203 autorizações de residência a estrangeiros ao
abrigo do programa de vistos ‘gold'. Em termos de investimento total, desde a
sua criação os vistos ‘gold' já trouxeram para o país cerca de 1,3 mil milhões
de euros, segundo explica o presidente da APEMIP, Luís Lima, sendo que a
aquisição de bens imóveis supera já os 1,2 mil milhões de euros. Do total de
vistos concedidos, cerca de 95% foram atribuídos no âmbito da aquisição de bens
imóveis, com um total de 2.088 autorizações concedidas. Contudo, do total de
vistos ‘gold' já atribuídos apenas três deram origem à criação de mais de 10
postos de trabalho. De salientar que a atribuição de vistos 'gold', criados no
âmbito do programa de Autorização de Residência para Actividade de investimento
em Portugal (ARI), é feita mediante três requisitos: aquisição de bens imóveis
de valor igual ou superior a 500 mil euros, a transferência de capitais no
montante igual ou acima de um milhão de euros e a criação de, pelo menos, 10
postos de trabalho. Do total de 188 vistos ‘gold' já atribuídos desde o início
de 2015, a grande maioria ocorreu em Fevereiro, mês em que 103 estrangeiros
beneficiaram deste programa. Um valor que fica aquém da média mensal de 127
vistos deste âmbito atribuídos em 2014. Para Luís Lima, estes números confirmam
que, ao contrário do que tem sido publicado na imprensa recentemente, não
existiu nenhuma quebra brutal no número de vistos atribuídos relacionada com a
Operação Labirinto. "Este tipo de notícias faz-nos tirar ilações erradas
sobre o real impacto que este escândalo teve na confiança de potenciais investidores estrangeiros.
É natural que tenha havido uma retracção, na medida em que o impacto mediático
deste escândalo foi brutal, mas sem as dimensões dramáticas de que se
falou"