“Os
socialistas continuam a liderar as intenções de voto. A vantagem para os
partidos do Governo subiu ligeiramente, com a descida do PSD a superar a subida
do CDS, que foi mesmo o partido que mais cresceu face a Fevereiro. Já Cavaco
Silva, depois da declaração sobre a situação contributiva de Pedro Passos
Coelho, é o político que mais perde popularidade. A última sondagem da
Eurosondagem para o Expresso e SIC mostra que o Partido Socialista continua a
liderar as intenções de voto apesar de confirmar a dificuldade dos socialistas
para descolarem face aos dois partidos que formam a actual maioria de Governo.
Sem sofrer qualquer alteração face à sondagem de Fevereiro, o PS mantém-se na
frente com 38,1% das intenções de voto, aumentando a diferença para o PSD que
recuou 1,5 pontos para 25,2%. No entanto, o partido liderado por António Costa
não se distanciou significativamente em relação a uma eventual coligação
PSD-CDS, porque os centristas foram o partido que mais cresceu relativamente a
Fevereiro, com uma subida de 1,2 pontos percentuais para os 8,1%. Se as
eleições fossem hoje, o PS alcançaria uma vantagem de 4,8 pontos, ao
consubstanciar uma melhoria de 0,3 pontos em comparação com o anterior estudo
da Eurosondagem. A CDU consolidou a terceira posição ao crescer 0,6 pontos para
os 9,6%, enquanto o Bloco de Esquerda beneficiou de um pequeno crescimento de
0,4 pontos para 4,4% das intenções de voto. Já o PDR de Marinho e Pinto
manteve-se nos 3% e o Livre do ex-eurodeputado Rui Tavares fica-se pelos 2,1%.
Cheiro a
campanha eleitoral penaliza Cavaco Silva
O estudo
conduzido pela Eurosondagem entre 5 e 10 Março, é posterior à declaração em que
o Presidente da República, Cavaco Silva, considerou que o debate em torno das
dívidas do primeiro-ministro, Passos Coelho, à Segurança Social denotavam já um
"cheiro a campanha eleitoral". Esta declaração parece ter penalizado
Cavaco Silva, que é mesmo o político que mais cai em termos de popularidade,
com uma queda de 5 pontos percentuais para uma avaliação global de -6,2%.
Também Passos Coelho parece sair beliscado desta tema, com o acentuar da
avaliação negativa em termos de popularidade, ao registar uma queda de 2,1
pontos para -12%. Entre Fevereiro e Março, todos os líderes partidários viram a
sua avaliação global descer. Apesar de o CDS ter registado a maior subida,
Paulo Portas desce 0,9 pontos mas, ainda assim, mantém uma avaliação positiva
de 7,1%. Também António Costa (11,4%) e Jerónimo de Sousa (4,6%) mantêm níveis
de popularidade positivos, enquanto Catarina Martins desce 0,4 pontos para
-4,5%. O erro máximo da amostra deste estudo é de 3,09%, num grau de
probabilidade de 95%” (Jornal de Negócios)