segunda-feira, dezembro 15, 2014

Privados cobravam 160 mil euros por manutenção de estrada que era possível por 3000 euros

Segundo a Lusa, "o  secretário de Estado dos Transportes admitiu nesta segunda-feira que a manutenção de estradas da parceria público-privada (PPP) do Baixo Tejo estava contratualizada a 160 mil euros por ano por quilómetro e que a Estradas de Portugal faz o mesmo trabalho por 3000 euros. Segundo Sérgio Monteiro, o caso do Baixo Tejo foi o "mais caro" que encontrou na renegociação das parcerias público-privadas, que permitiu transferir custos de manutenção de vias dos privados para a empresa pública Estradas de Portugal. Esta subconcessão do distrito de setúbal "tinha um custo de manutenção das estradas de 160 mil euros por quilómetro nos próximos anos e a Estradas de Portugal tem previsto no seu orçamento intervenções de manutenção que não ultrapassam 3000 euros por quilómetro por ano", disse Sérgio Monteiro à agência Lusa. "Quando transferimos o custo de manutenção para o nosso lado, fazemo-lo tendo em conta a informação que a Estradas de Portugal tem disponível", acrescentou o secretário de Estado dos Transportes, assegurando que os trabalhos de manutenção em causa eram rigorosamente os mesmos. Sérgio Monteiro, que falava à agência Lusa em Almada, no distrito de Setúbal, sobre o plano de manutenção de estradas – Plano de Proximidade –, assegurou que, quanto a grandes reparações, também havia uma situação "inaceitável". "As grandes reparações estavam previstas para intervalos entre oito e dez anos cada uma. Ora, a Estradas de Portugal, a informação que tem com base em dados estatísticos de gestão de mais de dez mil quilómetros de rede [de estradas], levam a concluir que as grandes reparações não precisam de ser feitas com intervalos inferiores a 18 anos", disse, acrescentando: "O que isto é significa é que nós, por cada intervalo de 18 anos, pagávamos duas grandes reparações, em vez de uma só reparação". Sérgio Monteiro disse, ainda, que, perante este quadro, o Governo não podia deixar os custos de manutenção de estradas das parcerias público-privadas do lado dos privados. "O que os partidos da oposição queriam era que deixássemos ficar este custo dentro dos contratos. Nós recusámo-nos a fazer isso, com base na informação estatística que existe nas Estradas de Portugal e que já existia à data [em que foram celebrados os contratos]", afirmou. Segundo o governante, "quem tomou as decisões anteriores tem de responder por elas". "Nós estamos muitos conscientes de que manteremos a qualidade do serviço e de que as decisões que estamos a tomar são aquelas que melhor defendem o interesse do Estado", concluiu"