segunda-feira, agosto 04, 2014

Dívidas de 46,7 milhões levam ao fecho de emblemático café do Funchal

Segundo a Lusa, "cerca de 30 trabalhadores de dois cafés do Funchal, um dos quais o emblemático ‘Golden Gate’, que encerraram devido a dívidas na ordem dos 46,7 milhões de euros, concentraram-se nesta segunda-feira junto ao estabelecimento conhecido como a “Esquina do Mundo”.“No espaço de duas semanas houve duas insolvências” de empresas da responsabilidade do empresário Luís Camacho, disse o responsável do Sindicato do Trabalhadores da Hotelaria e Similares.Adolfo Freitas explicou que também ficou insolvente o Hotel Mar, mas os trabalhadores foram integrados numa outra empresa [Hotéis Madeira Managers], que lhes garantiu todos os direitos, exceptuando a antiguidade.“Infelizmente, nesta empresa, a Santolido, que engloba os estabelecimentos de restauração ‘Golden Gate’ e ‘Yatchs Bar’, os trabalhadores não tiveram a mesma sorte devido à dívida do senhor Luís Camacho, que não pagou os arrendamentos e a outros credores”, acrescentou o dirigente sindical.Segundo o dirigente sindical, no conjunto, “as dívidas acumuladas que estas duas empresas têm a vários credores, Finanças, Segurança Social e banca é de 46,7 milhões de euros”,Para Adolfo Freitas, “é incompreensível como a Justiça deixa uma empresa chegar a esta situação”, que classifica de “poço que foi ficando cada vez mais fundo”, o que representou o encerramento de “um restaurante dos mais luxuosos do Funchal, secular - estabelecido desde 1841, sendo conhecido internacionalmente como a ‘Esquina do Mundo’”.Segundo Adolfo Freitas, até sexta-feira havia perspectivas de negociação entre o banco proprietário do imóvel, o administrador de insolvência e um empresário da região para passar a explorar o estabelecimento, “mas houve uma reviravolta” e, neste momento, “não há confirmação” de uma solução para aquele café.“Ainda não estou em mim, que o Golden realmente fechou e está a acontecer isto. Foram muitos anos”, disse Jorge Abreu, responsável pelo funcionamento do estabelecimento desse 2001.“Sei quanto facturávamos e que o problema não é propriamente o café, porque tem rendimentos para estar aberto”, realçou, adiantando existir “muita gente interessada e o banco já tem alguém para explorar o espaço”.Também Alexandra Jesus, a cozinheira do ‘Golden’ e uma das mais antigas trabalhadoras do espaço, declarou que “era impensável que uma coisa destas viesse a acontecer”.“Temos trabalho de manhã à noite e só o patrão pode explicar para onde vai tanto dinheiro que aqui entra”, disse.Contactado o responsável da administração, o empresário madeirense Luís Camacho, este escusou-se a comentar a situação, declarando apenas que o encerramento foi “uma decisão do tribunal que decretou a insolvência da empresa”.