"Nos primeiros tempos, perante as perspetivas abertas pela internet, poucos editores viram nela uma potencial concorrente das suas publicações. E quando se decidiram a utilizá- la, começaram por lá pôr os mesmos textos que no papel. Ou, na melhor das hipóteses, despachos de agências de informação e produção pontual imediata dos seus redatores. E fizeram- no pondo os conteúdos gratuitamente à disposição dos internautas.
As coisas são agora mais claras : edições em papel e edições digitais serão complementares. E os conteúdos serão diferentes nos telemóveis ( mais rápidos e concisos), nos tablets ( mais desenvolvidos) ou no papel ( mais aprofundados). E se quiserem sobreviver, as edições em papel já não poderão limitar- se a dizer quem fez o quê, quando e onde. Terão também de dizer como, porquê e o que poderá acontecer depois. A economia das edições digitais continuará ainda durante algum tempo a constituir uma incógnita. Diários há, como The Guardian de Londres, que praticam o acesso livre à edição em linha. No extremo oposto, The Times, também de Londres, exige o pagamento por qualquer conteúdo. O económico Les Échos de Paris permite o acesso gratuito a um número mensal limitado de conteúdos, após o que é preciso pagar. Enquanto Le Monde de Paris propõe textos gratuitos ( a maioria) e textos reservados aos assinantes ( os mais “exclusivos”).
É certo que os estudos mostram que os internautas aceitam cada vez mais pagar por conteúdos de jornais em linha. Mas as receitas das edições digitais continuam a ser largamente inferiores às das edições em papel, embora as audiências daquelas sejam largamente superiores às destas. E tal situação explica a reticência de muitos editores em investir fortemente nas edições digitais. Pelo que, na Europa, o ritmo de adaptação ao novo universo digital é globalmente bastante fraco ( e o dos editores portugueses assaz preocupante). E no entanto, sejam quais forem as esperanças que possam depositar- se no futuro do papel, esta adaptação é urgente…" (texto de J.M. Nobre- Correia, professor emérito da Université Libre de Bruxelles ( ULB), DN de Lisboa, com a devida vénia)
As coisas são agora mais claras : edições em papel e edições digitais serão complementares. E os conteúdos serão diferentes nos telemóveis ( mais rápidos e concisos), nos tablets ( mais desenvolvidos) ou no papel ( mais aprofundados). E se quiserem sobreviver, as edições em papel já não poderão limitar- se a dizer quem fez o quê, quando e onde. Terão também de dizer como, porquê e o que poderá acontecer depois. A economia das edições digitais continuará ainda durante algum tempo a constituir uma incógnita. Diários há, como The Guardian de Londres, que praticam o acesso livre à edição em linha. No extremo oposto, The Times, também de Londres, exige o pagamento por qualquer conteúdo. O económico Les Échos de Paris permite o acesso gratuito a um número mensal limitado de conteúdos, após o que é preciso pagar. Enquanto Le Monde de Paris propõe textos gratuitos ( a maioria) e textos reservados aos assinantes ( os mais “exclusivos”).
É certo que os estudos mostram que os internautas aceitam cada vez mais pagar por conteúdos de jornais em linha. Mas as receitas das edições digitais continuam a ser largamente inferiores às das edições em papel, embora as audiências daquelas sejam largamente superiores às destas. E tal situação explica a reticência de muitos editores em investir fortemente nas edições digitais. Pelo que, na Europa, o ritmo de adaptação ao novo universo digital é globalmente bastante fraco ( e o dos editores portugueses assaz preocupante). E no entanto, sejam quais forem as esperanças que possam depositar- se no futuro do papel, esta adaptação é urgente…" (texto de J.M. Nobre- Correia, professor emérito da Université Libre de Bruxelles ( ULB), DN de Lisboa, com a devida vénia)