Li no Jornal de Negócios que “o FMI volta a
insistir na evolução dos salários em Portugal. O novo World Economic Outlook
publicado hoje, terça-feira, mostra Portugal como o país periférico da Zona
Euro onde os salários seguiram uma trajectória mais positiva. No capítulo em
que aborda o ajustamento dos custos unitários de trabalho na economia, o Fundo
Monetário Internacional (FMI) mostra que, entre o primeiro trimestre de 2009 e
o primeiro trimestre de 2013, os salários aumentaram mais de 10% no sector
transaccionável e mais de 5% no não transaccionável. Em países como Irlanda e
Grécia, as quebras variam entre 10% e quase 20%, enquanto em Espanha, apesar de
se observar uma subida acumulada das remunerações, ela é inferior a 5%. “Em Portugal e Espanha, a produção diminuiu
no período mais recente e o emprego continua a cair, com pouco [a ser feito]
nos salários até há pouco tempo”, pode ler-se no documento do Fundo. No que diz
respeito à distribuição de recursos, entre o primeiro trimestre de 2008 e o
final de 2012, o emprego caiu mais nos sectores transaccionáveis do que nos não
transaccionáveis, bem como o valor acrescentado bruto. Cinco anos é um período
bastante alargado, mas se estas tendências se tiverem observado também nos
últimos dois anos, por exemplo, pode significar que um dos principais
objectivos do programa de ajustamento português – reequilibrar a economia,
transferindo recursos do sector não transaccionável para o transaccionável –
não está a ser cumprido”.