sexta-feira, outubro 25, 2013

Estará o cautelar em risco?

Diz o Sol que "o anúncio de Pires de Lima, feito em Londres, de que Portugal quer começar a negociar um programa cautelar no início de 2014 foi visto como uma “precipitação”, quer nas instituições europeias quer no interior do próprio Governo. Oficialmente, os comentários são parcos. Simmon O'Connor, porta-voz da Comissão diz ter “visto” as declarações, mas anota: “As discussões sobre a saída do programa só vão ter lugar mais tarde”. Por agora, acrescenta, “a Comissão está totalmente focada em apoiar o Governo na implementação do programa”  A oito meses do final do resgate actual, o caso português é visto com enorme reserva na Europa – “nos antípodas do que se passa com a Irlanda”, refere um eurocrata. Vejam-se as diferenças. “A Irlanda está a dois meses de acabar o seu memorando e as taxas de juro a 10 anos, no mercado secundário de negociação de dívida, estão nos 3,6%, o que é excelente”. Por isso, anota a mesma fonte, o Governo irlandês está entre duas vias: sair sozinho e emitir dívida sem apoio da Europa (e sem um novo programa de austeridade); ou entrar num programa cautelar, que é uma espécie de seguro contra riscos eventuais, uma linha de crédito à mão para quando necessário. Quanto a Portugal, a opção será bem diferente. “As hipóteses de sair sem apoio são muito, muito escassas”, reconhece um membro do Governo. Restam duas opções: programa cautelar ou segundo resgate. Ou três, se incluirmos o pior cenário, o de reestruturação da dívida".