O
programa de rescisões na função pública abrange, para já, apenas pouco mais de
um-terço dos funcionários públicos. Os números oficiais revelam que no final de
Junho existiam em Portugal cerca de 575 mil trabalhadores do Estado, incluindo
as autarquias e as regiões autónomas. Este é o número de funcionários públicos
mais baixo desde há mais de duas décadas. É preciso recuar até 1991 para se
encontrar menos trabalhadores no Estado. Nesse ano, eram 509 mil. A partir daí
o número de funcionários foi sempre engordando, atingindo um pico de quase 750
mil em 2005. Olhando agora para o peso dos salários da função pública em
relação à riqueza gerada anualmente pelo país, constata-se que Portugal está
também abaixo da média dos parceiros europeus. É na Dinamarca, com 18,4 por
cento, que as remunerações dos funcionários públicos mais pesam face ao PIB. Na
União Europeia a média era, em 2012, de 10,8 por cento, e na Zona Euro de 10,6
por cento. Portugal surge ligeiramente abaixo destes valores, com 10,5 por
cento. O peso do emprego público em Portugal está, de resto, bem abaixo da
média dos países da OCDE. No topo da lista estão a Noruega e a Dinamarca,
habitualmente apontadas como exemplos de gestão espartana e que afinal têm
cerca de 29 por cento da população ativa a trabalhar para o Estado. A média dos
32 países da OCDE está nos 15 por cento. Em Portugal, o peso do emprego público
era em 2008, ano em que o número de funcionários públicos era bem superior ao
actual, de apenas 12,1 por cento. No outro extremo estão a Alemanha e a Grécia,
onde o emprego público representa menos de 10 por cento do total (Veja aqui o vídeoda RTP)