quinta-feira, setembro 26, 2013

O Governo madeirense esclarece baralhada sobre os "swaps"

Notas prévias:
- Não são 26 contratos, mas 21, sendo que até ao final do ano alguns swaps extinguir-se-ão, como são o caso da IHM e do SRS. Por outro lado, a RAM como contraparte nos swaps contratados apenas detém na presente data um swap ativo; e os swaps que tiveram a RAM como contraparte, até 31/12/2012, permitiram, no seu cômputo total, uma receita líquida favorável à Região.
- Envolvem entidades como a APRAM, Serviço Regional de Saúde, Instituto de Habitação da Madeira, Sociedades de Desenvolvimento, Madeira Parques, Empresa de Eletricidade da Madeira, Valor Ambiente.
- Quando se fala na notícia que a Região celebrou,  em 2011,  novos contratos, não é verdade. Eles foram renegociados! Portanto, depois da entrada da Troika não foram assinados novos contratos, mas sim renegociados os existentes.
Posição do Governo Regional
"A propósito do artigo publicado (dia 24 de Setembro de 2013), no Jornal Público, com o título “Swaps subscritos pelo Governo e empresas da Madeira sem controlo” e da discussão que se tem verificado publicamente, com alguma confusão e afirmações que não correspondem à verdade, a Secretaria Regional do Plano e Finanças esclarece que:
1 – É falso que os contratos Swaps celebrados pelo Governo Regional e por empresas públicas da Madeira não estão a ser acompanhados e que o processo, tal como afirma a notícia, não está controlado.
2 – Tal como já havia sido tornado público, a Secretaria Regional do Plano e Finanças solicitou ao Ministério das Finanças uma avaliação sobre esses contratos, que está a evoluir normalmente.
3 – Existe, portanto, um processo de avaliação a decorrer junto do IGCP. Todavia, e independentemente do resultado desta avaliação, a Região já iniciou a renegociação de alguns contratos.
4 – Neste momento, o Governo Regional encontra-se a renegociar com o Banco Santander, de forma a optimizar poupanças e minimizar quaisquer prejuízos, processo esse que está a ser acompanhado pelo IGCP.
5 – Ao contrário do que também afirma a notícia, são 21 e não 26 contratos, sendo que, até final de 2013, alguns swaps extinguir-se-ão, como são exemplo o da IHM e do SRS.
6 – As perdas potenciais, tal como é focado na notícia, poderão ser recuperadas não só pela subida de taxas, como também pela passagem do tempo, dado que grande parte destes empréstimos são de longo prazo. É importante notar que o valor de mercado não é um critério relevante para classificação das operações. O facto de uma operação ter valor de mercado negativo não leva a que seja classificada como problemática. De facto, seria normal que, entre 2005 e 2008, com a subida acentuada das taxas de juro, entidades com financiamentos a taxa variável tivessem coberto, pelo menos parcialmente, o risco associado a tais financiamentos. Mesmo no caso de se terem utilizado instrumentos simples para cobertura de risco de taxa de juro, do tipo swaps vanilla (de variável para fixo), estes apresentariam atualmente um valor de mercado negativo, dada a descida acentuada das taxas de juro ocorrida nos últimos anos.
7 – Esta é uma situação volátil, que depende do valor de mercado, pelo que é falacioso afirmar que a Madeira irá pagar mais por estes contratos. Se considerarmos valores recentes dos últimos quatro meses do ano, de maio a agosto, verificamos que o valor dos derivados do Santander verificaram uma melhoria e um valor mais favorável de cerca de 16 milhões de euros, quando comparados com o valor dos derivados registado em maio e agosto do ano em curso. Entre os meses de maio e junho essa melhoria foi de 7,8 milhões de euros e de 10,1 milhões de euros se compararmos o valor de derivados do Santander de Julho e agosto. Considerando o total de derivados em carteira no final do ano de 2012 e a posição da carteira em abril do corrente ano, a melhoria no valor de mercado dos swaps da RAM e SESARAM foi de 5 milhões de euros.
8 – A RAM como contraparte nos swaps contratados apenas detém na presente data um swap ativo; e os swaps que tiveram a RAM como contraparte, até 31/12/2012, permitiram, no seu cômputo total, uma receita líquida favorável à Região.
9 – Lamenta-se, portanto, que o jornalista se tenha deixado “instrumentalizar” pelo Partido Socialista, em vez de analisar isentamente os dados".