Escreve
o Jornal I que "a desvalorização face ao dólar fez
subir valor em dívida. Mas a variação cambial também pode ser favorável a
Portugal.
A desvalorização do euro face ao dólar fez subir a dívida de Portugal ao Fundo
Monetário Internacional (FMI) em 307 milhões de euros. O número é avançado pela
Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) na análise mensal à dívida pública.
O relatório citado pela agência Lusa explica que o crédito concedido pelo FMI,
uma das instituições que financiou a ajuda a Portugal, é concedido através de
direitos de saque especial, compostos por um cabaz de várias divisas que é
convertido em euros na altura dos desembolsos. As flutuações cambiais também
podem funcionar a favor de Portugal se na altura das amortizações do empréstimo
o euro se tiver valorizado face ao dólar. No relatório relativo ao mês de
Abril, a UTAO assinala ainda o efeito da extensão do prazo de pagamento dos
empréstimos europeus. A decisão tomada pelo Ecofin e Eurogrupo para Portugal e
Irlanda irá permitir adiar para depois de 2021 o reembolso de 19,2 mil milhões
de euros. O alargamento dos prazos de pagamento em sete anos só vale para o
financiamento concedido pelos mecanismos europeus de resgate, que representa
dois terços da ajuda total a Portugal. O prolongamento de prazos permite
aliviar a pressão sobre as finanças públicas nacionais entre 2016 e 2021,
período no qual se concentravam reembolsos de grande dimensão. Ainda assim,
assinala a UTAO, só até 2016 Portugal terá de amortizar 47,6 mil milhões de
euros em dívida pública de médio e longo prazo. Em Março, Portugal teve de
pagar o primeiro cupão de juros ao Mecanismo Europeu de Estabilização
Financeira (o fundo de resgate da Comissão Europeia, composto com fundos saídos
do orçamento comunitário), no valor de 194 milhões de euros. De acordo com o
boletim do IGCP, FMI e entidades europeias detinham em Abril 32% do stock da
dívida pública nacional, o que equivalia a 64,5 mil milhões. A ajuda a Portugal
é de 78 mil milhões, incluindo o pacote de 12 mil milhões de euros para a banca".