O eurodeputado checo Edvard Kozusnik decidiu transformar em vídeo (que se tornou viral) uma preocupação diária desde há três anos, quando foi eleito para o Parlamento Europeu: mostrar que não faz sentido, particularmente para os bolsos dos contribuintes, sustentar três casas para o mesmo fim. Manter a sede do Parlamento Europeu (PE) em Estrasburgo, França, custa aos contribuintes europeus cerca de 180 milhões de euros por ano, apenas por mês e meio de ocupação num ano parlamentar. Mas o PE reúne-se, ainda, em Bruxelas (Bélgica) e no Luxemburgo, ou seja, três locais de trabalho diferentes. «Isto é como uma família. E custa imaginar uma família a viver em três casas ao mesmo tempo: uma para almoçar, outra para jantar e outra para dormir», argumenta Kozusnik, 41 anos, membro do grupo parlamentar dos Reformadores e Conservadores Europeus, o quinto com maior assento no PE. O eurodeputado checo é um dos mais ativos na luta para concentrar em Bruxelas toda a atividade parlamentar e, assim, reduzir custos inerentes à manutenção de três casas, desde transportes a alojamento, sem esquecer o impacto ambiental. E para atrair as atenções, ele que no primeiro dia de trabalho, em 2009, surgiu no plenário europeu equipado à ciclista, por causa de uma promessa eleitoral, concebeu e publicou no Youtube um vídeo com um segundo de cada dia da sua vida no último ano, entre 30 de janeiro de 2012 e 30 de janeiro de 2013, intitulado «Apenas um segundo, apenas um lugar». Nas imagens, Edvard Kozusnik aparece com outros eurodeputados em diferentes cidades e locais de trabalho, mas também em momentos familiares, como uma viagem a Nova Iorque ou um jogo da seleção campeã e mundial, «La Roja» (é casado com uma espanhola). O objetivo é mostrar a todos os interessados, especialmente os europeus, a atividade diária de um eurodeputado e as constantes viagens que tem de realizar. Mas é sobretudo uma forma de tentar convencer os Estados-membros, que têm a última palavra a dizer, de que é imperativo racionalizar os custos operacionais do Parlamento Europeu e abdicar de ir a Estrasburgo uma vez por mês. Uma cidade cara, com pouca oferta hoteleira e onde até as deslocações e alojamento dos jornalistas que acompanham os plenários são pagas pelos contribuintes europeus. O maior obstáculo à concentração do Parlamento Europeu exclusivamente em Bruxelas é a aprovação de todos os Estados-membros, particularmente da França, principal interessada em manter Estrasburgo como sede do PE. E o presidente francês François Hollande já disse que não está interessado (fonte TVI)
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