Li aqui que “o incumprimento das famílias e das empresas não tem parado de aumentar. Os números do crédito malparado de julho voltam a mostrar uma tendência de subida, com novos máximos históricos a serem renovados. Segundo os dados do Banco de Portugal, o crédito malparado voltou a aumentar em julho nas famílias, representando já 3,62% do total de crédito concedido aos particulares, ou seja, o valor mais elevado de sempre. Os dados mostram que, em julho, os bancos emprestaram 136,6 mil milhões de euros às famílias portuguesas. Deste montante 4,9 mil milhões de euros correspondem a empréstimos de cobrança duvidosa, ou seja, assumem já um peso de 3,6%. O montante de empréstimos às famílias recuou 4,7 mil milhões de euros face a julho do ano passado.
Empresas em incumprimento
Segundo os dados do Banco de Portugal, o incumprimento nas empresas atingiu um novo recorde, representando já 9,27% do total de empréstimos concedidos a este segmento. Em julho, os bancos emprestaram às empresas 109,4 mil milhões de euros. Deste valor 10,1 mil milhões de euros correspondem a crédito em incumprimento. Isto significa que, mais de 9% do total de empréstimos concedidos às empresas não são pagos, o que acontece pela primeira vez desde que o Banco de Portugal agrega os dados estatísticos, ou seja, dezembro de 1997. Os números demonstram as claras dificuldades que as empresas têm enfrentado, um resultado da conjuntura económica recessiva. É que se por um lado os montantes de crédito concedido têm vindo a cair mensalmente, por outro, o incumprimento tem vindo a aumentar. Uma situação que demonstra que o peso do incumprimento não tem aumentado apenas pela quebra da concessão de empréstimos. Em julho a banca emprestou menos 731 milhões de euros às empresas em relação ao mês anterior. Quando comparado com julho do ano passado a quebra é mais significativa (-7,2 mil milhões de euros)”.