

Li no Expresso que "a causa próxima do afastamento de Bo Xilai é um intrigante episódio e ocorre seis meses antes do congresso do PC chinês que escolherá a liderança do país para a próxima década. Os líderes chineses cultivam uma imagem de modéstia e descrição, rejeitando o protagonismo pessoal - exatamente o contrário do que fazia Bo Xilai, o "príncipe vermelho" afastado hoje da direção do Partido Comunista em Chongqing, sudoeste da China. Fisicamente bem parecido e sempre à vontade com os jornalistas, Bo Xilai era considerado o único político chinês de tipo ocidental mas o estilo - tanto ou mais do que as ideias - parece ter determinado a sua queda, seis meses antes de um crucial congresso. Convocado para o segundo semestre de 2012, o XVII Congresso do PCC irá escolher a liderança do país para a próxima década. A causa próxima do afastamento de Bo Xilai permanece, contudo, um dos mais intrigantes episódios da política chinesa. Bo foi afastado na sequência do "caso Wang Lijun", ex-chefe da polícia de Chongqing, que no início de fevereiro se dirigiu ao consulado dos Estados Unidos em Chengdu, onde passou um dia inteiro e terá pedido asilo político. A aparente tentativa de fuga ocorreu logo após o anúncio da saída de Wang Lijun do departamento de Segurança Pública de Chongqing por "motivos de saúde", uma surpreendente mudança na carreira do "herói da drástica campanha anti-máfia" que agitou aquele grande município em 2009 e 2010. Cerca de 5700 pessoas foram presas, entre as quais um ex-vice-comandante da polícia local, Wen Qiang, que seria depois condenado à morte e executado. Wang Lijuan foi promovido a vice-presidente do Governo de Chongqing - o maior município chinês, com mais de 30 milhões de habitantes - e o seu "patrão", Bo Xilai, tornou-se ainda mais popular.
Desigualdades criticadas por Bo Xilai
Filho de um antigo vice-primeiro-ministro, Bo Xilai, 62 anos, era apontado como um dos candidatos a um dos nove lugares do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China. Bo competiria, nesse aspeto, com o seu antecessor em Chongqing, o atual líder do PCC na província de Guangdong, Wang Yang. A publicidade dada à referida campanha parecia, aliás, uma crítica à herança de Wang Yang, que dirigiu Chongqing até ao outono de 2007. Sob a liderança de Bo e de Wang Lijun, pelo contrário, a polícia de Chongqing conseguiu "desmantelar mais de 500 gangues criminosos", que, "com a cumplicidade de responsáveis locais", controlavam o jogo, a prostituição, tráfico de droga e outras atividades ilegais. Bo Xilai destacou-se também pelo revivalismo da chamada "cultura vermelha", mobilizando a televisão de Chongqing para difundir as antigas canções e slogans revolucionários. Já esta semana, Bo condenou em termos invulgarmente duros as desigualdades que emergiram na sociedade chinesa após a acelerada conversão do país à economia de mercado. "Se apenas algumas pessoas são ricas, então somos capitalistas. Falhámos", disse Bo Xilai, num debate na Assembleia Nacional Popular. Na quarta-feira passada, o primeiro-ministro Wen Jiabao afirmou que a liderança do PCC em Chongqing devia "refletir seriamente sobre o incidente Wang Lijun". Mas pelos vistos o topo da liderança, em Pequim, já tinha "refletido" e 24 horas depois anunciou o afastamento de Bo Xilai”.
Desigualdades criticadas por Bo Xilai
Filho de um antigo vice-primeiro-ministro, Bo Xilai, 62 anos, era apontado como um dos candidatos a um dos nove lugares do Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China. Bo competiria, nesse aspeto, com o seu antecessor em Chongqing, o atual líder do PCC na província de Guangdong, Wang Yang. A publicidade dada à referida campanha parecia, aliás, uma crítica à herança de Wang Yang, que dirigiu Chongqing até ao outono de 2007. Sob a liderança de Bo e de Wang Lijun, pelo contrário, a polícia de Chongqing conseguiu "desmantelar mais de 500 gangues criminosos", que, "com a cumplicidade de responsáveis locais", controlavam o jogo, a prostituição, tráfico de droga e outras atividades ilegais. Bo Xilai destacou-se também pelo revivalismo da chamada "cultura vermelha", mobilizando a televisão de Chongqing para difundir as antigas canções e slogans revolucionários. Já esta semana, Bo condenou em termos invulgarmente duros as desigualdades que emergiram na sociedade chinesa após a acelerada conversão do país à economia de mercado. "Se apenas algumas pessoas são ricas, então somos capitalistas. Falhámos", disse Bo Xilai, num debate na Assembleia Nacional Popular. Na quarta-feira passada, o primeiro-ministro Wen Jiabao afirmou que a liderança do PCC em Chongqing devia "refletir seriamente sobre o incidente Wang Lijun". Mas pelos vistos o topo da liderança, em Pequim, já tinha "refletido" e 24 horas depois anunciou o afastamento de Bo Xilai”.
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