sábado, fevereiro 04, 2012

Centros de emprego fazem duas colocações por dia!!!

Escreve o Jornal I num texto do jornalista Luís Claro que “em 2011, os quase 90 centros que existem no país só conseguiram colocar no mercado de trabalho 5000 desempregados por mês. Os quase 90 centros de emprego espalhados pelo país só conseguiram colocar no mercado de trabalho, em 2011, cerca de 5000 desempregados por mês. Contas feitas, cada um dos centros arranja, em média, dois empregos por dia, embora fiquem sem resposta uma parte significativa das ofertas que dão entrada. Os números de 2011, divulgados recentemente pela Segurança Social, são claros sobre a dificuldade dos centros em cumprirem a sua principal missão. Em Dezembro, o Instituto de Emprego e Formação Profissional conseguiu colocar pouco mais 3200 desempregados, a maioria no sector dos serviços. A tendência tem vindo a agravar-se, mas não é de hoje. Em 2010, a média de colocações ficou nos 6500. O presidente do IEFP, Octávio Oliveira, reconhece que é preciso “melhorar a eficiência”, mas realça que colocar de-sempregados é apenas uma das missões do instituto. “Os centros de emprego não existem só para fazer colocações. Há programas ocupacionais, estágios e outros programas que são os centros que executam”, explica ao i o presidente do IEFP, frisando que, em 2011, foram convocados para ofertas de emprego quase 280 mil desempregados e apresentados às empresas mais de 600 mil. “Por cada posto de trabalho apresentamos uma média de 6 pessoas”, afirma. Já o ex-presidente do IEFP, Francisco Madelino, admite que “os números são baixos do ponto de vista das colocações puras e duras” e aponta algumas razões para este fenómeno como, por exemplo, o facto de o “Estado fazer um conjunto de exigências legais, que colocam os centros em desvantagem em relação a outros operadores”. Ou ainda por não existir “a obrigação dos empregadores colocarem as ofertas nos centros de emprego”, ao contrário do que acontece noutros países europeus. Francisco Madelino admite que “os centros de empregos têm muitas actividades burocráticas inerentes”, que dificultam a relação com as empresas e pensa que não faria mal introduzir maior flexibilidade na contratação de desempregados. “Os centros de emprego não podem ser conservadores na relação com as empresas de contrato temporário e importa verificar as exigências que são colocadas aos empregadores para que não vejam nos centros de emprego um elemento fiscalizador.” Outra das explicações para a fraca prestação dos centros do IEFP, para além da crise económica, foi a “turbulência política e a incerteza que atingiu este organismo”, acrescenta Madelino. Apesar do crescimento do desemprego, as ofertas de emprego sem resposta atingiram, em média, os 40%.

Burocracia

Os empresários queixam-se sobretudo da burocracia e das dificuldades com que são confrontados quando pedem apoio ao Instituto de Emprego e Formação Profissional. Um empregador, que relata ao i o seu caso sob a condição de anonimato, conta que acabou por desistir de tentar contratar através do IEFP, devido às barreiras que lhe foram colocadas. Numa primeira fase, conta este empresário da área do retalho que pretendia contratar duas pessoas, a funcionária do IEFP solicitou-lhe que enviasse o pedido para o seu email pessoal. “A primeira resposta que me deram foi: mande- -me para o meu email pessoal, que eu vejo se conheço alguém.” O empregador contestou este procedimento e preferiu seguir a via normal, mas queixa-se de que o formulário que lhe deram a preencher era “perfeitamente policial e inadaptado ao negócio que estava a constituir”, já que muitas das perguntas eram sobre o passado da empresa, que ainda não existia. O empregador garante que ainda tentou ultrapassar a situação, mas sem sucesso e acabou por resolver contratar através de outros meios. “O que vi foi muita burocracia e uma falta de profissionalismo levada ao extremo”, queixa-se em declarações ao i. O Instituto de Emprego e Formação Profissional tem quase 4000 funcionários e mais de 1650 estão ligados aos centros de emprego”.

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