Portugal precisa de 20% do PIB só para pagar juros e dívida!!!

Noticia o Economico que "Portugal vai precisar de 33,3 mil milhões de euros, o equivalente a 20,3% de toda a riqueza que espera produzir em 2012. Portugal vai precisar do equivalente a 20,3% de toda a riqueza que espera produzir durante este ano só para pagar juros e amortizar dívida pública. As necessidades brutas de financiamento do país atingem os 33,3 mil milhões de euros e são as quartas mais elevadas da zona euro. Só a Grécia, a Itália e a Bélgica apresentam necessidades brutas de financiamento para este ano mais elevadas do que a economia portuguesa. Contabilizando o total de financiamento necessário para cobrir os pagamentos de juros, as amortizações de dívida e ainda o défice primário das administrações públicas, a Grécia precisa de alocar o equivalente a 30,5% do seu PIB, a Itália precisa de 22,8% e a Bélgica de 20,7%. Já Portugal não precisa de qualquer financiamento para o défice primário - estima-se que terá um excedente equivalente a 0,5% do PIB - pelo que as suas necessidades brutas totais são ligeiramente atenuadas, para 19,7%. Ainda assim, este valor fica bem acima da média da zona euro, que será de 16,3% do PIB da união monetária. Os dados foram reunidos pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) - os especialistas que dão apoio aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças - e constam da nota mensal de Dezembro sobre a dívida pública. "No contexto actual de crise da dívida soberana, uma necessidade bruta de financiamento de um quinto do PIB colocaria a República portuguesa numa situação de elevada vulnerabilidade", explicam os economistas da UTAO. Contudo, esta fragilidade "encontra-se temporariamente anulada pelo programa de assistência financeira da UE/FMI", já que este garantirá à partida "uma parte muito substancial do financiamento de 2012", frisa o documento. Ainda assim, é de notar que o FMI estima que nos próximos cinco anos (contando ainda com 2012), Portugal vá precisar de se financiar num total de 158,5 mil milhões de euros, dos quais 85% são só para amortizar a dívida. O forte endividamento do país motiva grande parte da desconfiança dos mercados. Embora o leilão de dívida de ontem tenha corrido particularmente bem, é certo que o BCE continua a comprar dívida portuguesa no mercado secundário, ajudando a aliviar a pressão. Segundo fontes da Bloomberg, ontem Mario Draghi terá voltado a comprar dívida portuguesa de curto prazo, à semelhança do que já tinha feito segunda-feira. Os juros das obrigações do Tesouro a dois anos reagiram em baixa, tendo chegado a negociar a 14,573% - um valor que fica bem abaixo dos mais de 16% que tinham sido registados no dia anterior. Mas já não são só os países mais endividados a suscitar dúvidas aos investidores. O leilão de dívida alemã de ontem continuou sem convencer os mercados. No final de Novembro a Alemanha provocou o pânico ao não conseguir colocar a totalidade do montante pretendido por falta de procura. Ontem voltou a colocar menos dívida do que o inicialmente anunciado (quatro mil milhões de euros, dos cinco mil milhões previstos), mas terá sido uma opção do Tesouro, que preferiu esperar por preços mais favoráveis.
Portugal paga menos pela dívida
Portugal testou ontem o mercado de dívida pela primeira vez este ano e com sucesso. O Tesouro financiou-se em mil milhões de euros num leilão de Bilhetes do Tesouro a três meses, o montante máximo indicativo. Para convencer os investidores, a República pagou uma taxa média ponderada de 4,346%, abaixo dos 4,873% registados no leilão comparável anterior, realizado a 7 de Dezembro. Para encontrar um preço mais baixo é preciso recuar a Abril do ano passado, quando Portugal pagou 4,046% numa emissão de Bilhetes do Tesouro a 87 dias. No leilão de ontem, a procura superou em 2,4 vezes a oferta, acima do rácio de 2 verificado no mês passado”.