quinta-feira, setembro 08, 2011

Excessos

Por uma questão de princípio não subscrevo as polémicas que enveredam por caminhos que dizem muito respeito a cada cidadão. Se os políticos, por razões várias, é natural que tenham os seus vencimentos publicados ou conhecidos dado que são estabelecidos por lei, aliás o mesmo se passa com os funcionários públicos em geral, não creio, mesmo tratando-se de empresas públicas ou com capitais maioritariamente públicos, que se opte por um tipo de conflito que me parece claramente marcado por desejos de vingança ou pelo deliberado enxovalhar público de pessoas. Se as pessoas ganham muito ou pouco, isso é uma questão que diz respeito a elas próprias e aos seus empregadores. Por outro lado, no caso de muitas empresas, há aspectos salariais e remuneratórios que são internos e que vigoram há muitos anos, aplicando-se a todos e não apenas a um ou outro. Neste quadro os trabalhadores são os menos culpados, porque não exigem nada, não são eles que se pagam a si próprios, antes beneficiam de um enquadramento profissional e também remuneratório que foi estabelecido em consequência de negociações realizadas ao longo dos anos, de exigências de uma parte, aceites pela outra, enfim, a um jogo próprio dos acordos laborais (e salariais) entre empregados e empregadores. Recomendo sinceramente que este tipo de discussão e de procedimento acabe rapidamente. Caso contrário vamos cair numa espiral descontrolada de ajustes de contas e de “vendettas” que acabarão por deixar marcas e sacrificar pessoas. E o respeito pela dignidade das pessoas é sagrado, quer se trate do seu salário, quer se trate de salários milionários de gestores de empresas públicas falidas ou pensões pagas por um Estado falido.

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